Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)

Resumo As últimas décadas do Império testemunharam o advento de um núcleo de cafeicultores paulistas que vislumbrou na crise da escravidão uma janela de oportunidades para ampliar os negócios econômicos e a participação na administração pública nacional. Embora se valesse de mão de obra cativa, esse...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rodrigo Goyena Soares
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho 2020-08-01
Series:História
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742020000100212&tlng=pt
_version_ 1828132097382940672
author Rodrigo Goyena Soares
author_facet Rodrigo Goyena Soares
author_sort Rodrigo Goyena Soares
collection DOAJ
description Resumo As últimas décadas do Império testemunharam o advento de um núcleo de cafeicultores paulistas que vislumbrou na crise da escravidão uma janela de oportunidades para ampliar os negócios econômicos e a participação na administração pública nacional. Embora se valesse de mão de obra cativa, esse núcleo, de origem campineira, compreendeu que a abolição, caso remediada pela imigração em São Paulo, fragilizaria a cafeicultura escravocrata rival - sobretudo a fluminense. Adotou-se uma política de paciência estratégica, que se dava como forma de evitar rupturas com os correligionários da lavoura paulista e como maneira de aguardar a precipitação dos acontecimentos. Os acenos do núcleo ao abolicionismo, paradoxalmente, deram-se num cenário em que o uso da mão de obra servil não era economicamente arcaico. Mediante levantamento de fontes primárias relativas ao custo da produção cafeeira, concluiu-se que a lucratividade do trabalho cativo não destoava dos ganhos próprios ao sistema livre de produção. A adesão da lavoura campineira à abolição, portanto, não foi uma opção oriunda da planilha contábil de cada fazenda. Tratou-se, conforme ratifica a correspondência entre campineiros, de uma equação de economia política que tinha como fatores o movimento abolicionista, o desmantelamento da cafeicultura rival e o ganho de espaço na administração pública.
first_indexed 2024-04-11T16:58:33Z
format Article
id doaj.art-00b88649fe814eb4b0a903800b500157
institution Directory Open Access Journal
issn 1980-4369
language English
last_indexed 2024-04-11T16:58:33Z
publishDate 2020-08-01
publisher Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
record_format Article
series História
spelling doaj.art-00b88649fe814eb4b0a903800b5001572022-12-22T04:13:12ZengUniversidade Estadual Paulista Julio de Mesquita FilhoHistória1980-43692020-08-013910.1590/1980-4369e2020032Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)Rodrigo Goyena Soareshttps://orcid.org/0000-0003-1389-0930Resumo As últimas décadas do Império testemunharam o advento de um núcleo de cafeicultores paulistas que vislumbrou na crise da escravidão uma janela de oportunidades para ampliar os negócios econômicos e a participação na administração pública nacional. Embora se valesse de mão de obra cativa, esse núcleo, de origem campineira, compreendeu que a abolição, caso remediada pela imigração em São Paulo, fragilizaria a cafeicultura escravocrata rival - sobretudo a fluminense. Adotou-se uma política de paciência estratégica, que se dava como forma de evitar rupturas com os correligionários da lavoura paulista e como maneira de aguardar a precipitação dos acontecimentos. Os acenos do núcleo ao abolicionismo, paradoxalmente, deram-se num cenário em que o uso da mão de obra servil não era economicamente arcaico. Mediante levantamento de fontes primárias relativas ao custo da produção cafeeira, concluiu-se que a lucratividade do trabalho cativo não destoava dos ganhos próprios ao sistema livre de produção. A adesão da lavoura campineira à abolição, portanto, não foi uma opção oriunda da planilha contábil de cada fazenda. Tratou-se, conforme ratifica a correspondência entre campineiros, de uma equação de economia política que tinha como fatores o movimento abolicionista, o desmantelamento da cafeicultura rival e o ganho de espaço na administração pública.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742020000100212&tlng=ptRacionalidade econômicaTransição para o trabalho livreEconomia política da aboliçãoOeste PaulistaCrise do Império
spellingShingle Rodrigo Goyena Soares
Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)
História
Racionalidade econômica
Transição para o trabalho livre
Economia política da abolição
Oeste Paulista
Crise do Império
title Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)
title_full Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)
title_fullStr Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)
title_full_unstemmed Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)
title_short Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)
title_sort racionalidade economica transicao para o trabalho livre e economia politica da abolicao a estrategia campineira 1870 1889
topic Racionalidade econômica
Transição para o trabalho livre
Economia política da abolição
Oeste Paulista
Crise do Império
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742020000100212&tlng=pt
work_keys_str_mv AT rodrigogoyenasoares racionalidadeeconomicatransicaoparaotrabalholivreeeconomiapoliticadaabolicaoaestrategiacampineira18701889