cinco irmãs que conquistaram o direito de herança da propriedade no antigo testamento (Nm 27,1-11)
A memória oral feminina nunca se esqueceu de um momento deslumbrante acontecido nos tempos da experiência do deserto: as cinco filhas de Salfaad exigiram de Moisés e as autoridades a herança (naḥalah) de propriedade (’ahutzah) (Nm 27,4). Ora, esse direito só pertencia aos masculinos. Era o princípio...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
2022-09-01
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Series: | Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral |
Online Access: | https://periodicos.pucpr.br/pistispraxis/article/view/29160 |
Summary: | A memória oral feminina nunca se esqueceu de um momento deslumbrante acontecido nos tempos da experiência do deserto: as cinco filhas de Salfaad exigiram de Moisés e as autoridades a herança (naḥalah) de propriedade (’ahutzah) (Nm 27,4). Ora, esse direito só pertencia aos masculinos. Era o princípio da sucessão patrilinear que privilegiava os masculinos (Dt 21,15-17). Consultando a Deus que disse que as filhas de Salfaad tinham razão, Moisés, diante das autoridades e da comunidade, deu-lhes a propriedade que era a herança do pai. Esse detalhe modificou tudo. Foi a vitória das mulheres diante da prepotência masculina patriarcalista. Foi uma lei nova que veio de Deus (Nm 27,7). No pós-exílio (Séc. VI-IV a.C.), uma linha aberta sacerdotal redigiu a redação final procurando ser fiel aos relatos orais e documentos mais antigos. Porém, outra linha sacerdotal, mais rígida, a seguir, deu um passo atrás (glosa), restringindo a herança de propriedade somente dentro do clã (Nm 36). |
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ISSN: | 1984-3755 2175-1838 |