As florestas como sujeito e o terricídio

O argumento principal reside na aceitação de um imperativo cosmológico ameríndio não-antropocêntrico de que a floresta pode ser tomada pelas Ciências Humanas como sujeito histórico ativo, produtor de conhecimentos, significações e comunicações, mesmo que não-simbólicas ou humanamente linguísticas....

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Fernando Bagiotto Botton
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Londrina 2023-09-01
Series:Antíteses
Subjects:
Online Access:https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/47610
_version_ 1797681903049900032
author Fernando Bagiotto Botton
author_facet Fernando Bagiotto Botton
author_sort Fernando Bagiotto Botton
collection DOAJ
description O argumento principal reside na aceitação de um imperativo cosmológico ameríndio não-antropocêntrico de que a floresta pode ser tomada pelas Ciências Humanas como sujeito histórico ativo, produtor de conhecimentos, significações e comunicações, mesmo que não-simbólicas ou humanamente linguísticas. Para isso realizaremos uma discussão bibliográfica teórica e antropológica de escritos etnográficos no sentido de sustentar a possibilidade de compreender como epistemologicamente válida a existência de uma ativa semiótica, que fundamenta o reconhecimento e intercomunicação entre animais-humanos, animais não-humanos e demais reinos em coabitação florestal, compreendendo a própria floresta como um ente subjetivamente constituído e autodeterminado. Para alcançar tal compreensão dividiremos nosso escrito em duas partes. Na primeira estudaremos a antropologia de Eduardo Kohn acerca de uma semiótica das florestas, que legam às florestas um status ativo de sujeito, enquanto produtoras de saberes e linguagens. Na segunda parte de nosso artigo abordaremos o conceito de terricídio, tal como pensado por porta-vozes do Movimiento de Mujeres Indígenas por el Buen Vivir na reivindicação do reconhecimento jurídico do assassinato dos bosques como crime hediondo. Tal processo se estabelece justamente pelo reconhecimento do caráter sagrado, individual, comunicacional, cognitivo e pensante das florestas e sua complexa rede interrelacional de habitantes em coexistência.
first_indexed 2024-03-11T23:51:45Z
format Article
id doaj.art-03b74f14856445a8825dc8ddf0962aba
institution Directory Open Access Journal
issn 1984-3356
language English
last_indexed 2024-03-11T23:51:45Z
publishDate 2023-09-01
publisher Universidade Estadual de Londrina
record_format Article
series Antíteses
spelling doaj.art-03b74f14856445a8825dc8ddf0962aba2023-09-19T06:07:27ZengUniversidade Estadual de LondrinaAntíteses1984-33562023-09-01163110.5433/1984-3356.2023v16n31p025-058As florestas como sujeito e o terricídioFernando Bagiotto Botton0Universidade Federal do Paraná O argumento principal reside na aceitação de um imperativo cosmológico ameríndio não-antropocêntrico de que a floresta pode ser tomada pelas Ciências Humanas como sujeito histórico ativo, produtor de conhecimentos, significações e comunicações, mesmo que não-simbólicas ou humanamente linguísticas. Para isso realizaremos uma discussão bibliográfica teórica e antropológica de escritos etnográficos no sentido de sustentar a possibilidade de compreender como epistemologicamente válida a existência de uma ativa semiótica, que fundamenta o reconhecimento e intercomunicação entre animais-humanos, animais não-humanos e demais reinos em coabitação florestal, compreendendo a própria floresta como um ente subjetivamente constituído e autodeterminado. Para alcançar tal compreensão dividiremos nosso escrito em duas partes. Na primeira estudaremos a antropologia de Eduardo Kohn acerca de uma semiótica das florestas, que legam às florestas um status ativo de sujeito, enquanto produtoras de saberes e linguagens. Na segunda parte de nosso artigo abordaremos o conceito de terricídio, tal como pensado por porta-vozes do Movimiento de Mujeres Indígenas por el Buen Vivir na reivindicação do reconhecimento jurídico do assassinato dos bosques como crime hediondo. Tal processo se estabelece justamente pelo reconhecimento do caráter sagrado, individual, comunicacional, cognitivo e pensante das florestas e sua complexa rede interrelacional de habitantes em coexistência. https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/47610FlorestasEpistemologiaSemióticaTerricídioEtnografia
spellingShingle Fernando Bagiotto Botton
As florestas como sujeito e o terricídio
Antíteses
Florestas
Epistemologia
Semiótica
Terricídio
Etnografia
title As florestas como sujeito e o terricídio
title_full As florestas como sujeito e o terricídio
title_fullStr As florestas como sujeito e o terricídio
title_full_unstemmed As florestas como sujeito e o terricídio
title_short As florestas como sujeito e o terricídio
title_sort as florestas como sujeito e o terricidio
topic Florestas
Epistemologia
Semiótica
Terricídio
Etnografia
url https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/47610
work_keys_str_mv AT fernandobagiottobotton asflorestascomosujeitoeoterricidio