Perto do Coração Selvagem: resistência à disciplinarização do feminino e da infância
Em Perto do coração selvagem, romance de Clarice Lispector, observamos uma oposição entre o mundo da infância e do feminino e o mundo do adulto e do masculino. Joana, a protagonista mulher e criança, é a víbora, signo do mal tentando os valores do mundo adulto e masculino para o mundo dos prazeres....
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2003-12-01
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Series: | Educação & Realidade |
Subjects: | |
Online Access: | https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/25600 |
Summary: | Em Perto do coração selvagem, romance de Clarice Lispector, observamos uma oposição entre o mundo da infância e do feminino e o mundo do adulto e do masculino. Joana, a protagonista mulher e criança, é a víbora, signo do mal tentando os valores do mundo adulto e masculino para o mundo dos prazeres. No processo de disciplinarização da infância, na instituição escolar, a criança aprende também a renunciar ao mundo dos prazeres no presente para buscar um futuro promissor no amanhã. Mas Joana não quer saber de futuros. Ela só vive o momento presente, possui um corpo que se constitui de afetos moventes e imprecisão ameaçando a estabilidade do mundo masculino e adulto. Na escola, com a pergunta sobre o que se ganha quando se é feliz, a menina Joana faz ruir os valores do mundo adulto - nossa prática pedagógica baseada na renúncia do princípio do prazer para a construção do futuro -, ou seja, a realidade tal como é vista e imposta sobre a infância pelo saber do olhar adulto. |
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ISSN: | 0100-3143 2175-6236 |