Em busca de lugares perdidos: assistência ao doente mental revelada através de histórias de vida
O trabalho em questão tem por objetivo conhecer a história de vida de doentes mentais; resgatar suas expectativas, projetos e possibilidades dentro ou fora da instituição psiquiátrica e refletir com base na experiência dos sujeitos, sobre a assistência ao doente mental. Os discursos revelaram a qual...
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Associação Brasileira de Enfermagem
1997-06-01
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spelling | doaj.art-046e56f9ab0c4c99adafe964831adb492022-12-21T18:14:52ZengAssociação Brasileira de EnfermagemRevista Brasileira de Enfermagem1984-04461997-06-0150221522810.1590/S0034-71671997000200007S0034-71671997000200007Em busca de lugares perdidos: assistência ao doente mental revelada através de histórias de vidaDorisdaia Carvalho de Humerez0Universidade de São PauloO trabalho em questão tem por objetivo conhecer a história de vida de doentes mentais; resgatar suas expectativas, projetos e possibilidades dentro ou fora da instituição psiquiátrica e refletir com base na experiência dos sujeitos, sobre a assistência ao doente mental. Os discursos revelaram a qualidade da vivência nos lugares antes, durante e depois do enlouquecer, sendo que, no depois, os relatos, passam a ter outro significado, mesmo quando o lugar, materialmente, é o mesmo de antes do adoecer. Os sujeitos conseguem sobreviver olhando para o passado, que na maior parte foi também de dificuldades, porém tinham o essencial: desempenhavam papéis aceitos socialmente, compartilhavam no grupo social e antecipavam-se no porvir. Os sujeitos deste estudo expõem o uso de astúcia e esperteza para driblar a ordem a que estão submetidos. Reivindicam o resgate do identitário, do relacional, querem compartilhar, de alguma forma, da vida com os outros e participar das gestões sobre seu destino. Explicitaram também que a vivência do não-lugar não é apenas no hospital psiquiátrico, mas a cultura manicomial que habita as famílias, os ambulatórios, os hospitais-dia, as universidades, as enfermarias psiquiátricas dos hospitais gerais. Desconstruir o manicômio, portanto, será rever a cultura, ou o manicômio mental. Não se trata de um processo apenas no interior da psiquiatria, mas atravessa diferentes dimensões: da política, das leis, da organização social, das instituições disciplinares, enfim, do imaginário coletivo.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71671997000200007&lng=en&tlng=enAssistência ao doente mentalHistória de vidaEnfermagem psiquiátrica |
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