Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão

Os romances Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós, Batismo de Sangue (1982), de Frei Betto, Volto semana que vem (2015), de Maria Pila, e Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, são compreendidos aqui, sobretudo, como representações denunciativas do modus operandi e das práticas de tor...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cleber José de Oliveira
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal da Grande Dourados 2019-11-01
Series:Raído
Subjects:
Online Access:http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/8973
_version_ 1818995910653247488
author Cleber José de Oliveira
author_facet Cleber José de Oliveira
author_sort Cleber José de Oliveira
collection DOAJ
description Os romances Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós, Batismo de Sangue (1982), de Frei Betto, Volto semana que vem (2015), de Maria Pila, e Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, são compreendidos aqui, sobretudo, como representações denunciativas do modus operandi e das práticas de tortura promovidas por agentes da Ditadura Militar instaurada no Brasil (1964-1985). Nesse sentido, discuto aqui a hipótese central, a saber: ao escreverem sobre memórias tão dolorosas, os referidos autores configuraram o fazer literário num espaço de remissão, mas não de esquecimento, para si e para seus leitores. Já que, sem exceção, suas narrativas apresentam um caráter verossímil que entrelaçam suas vidas aos contextos de repressão e violência física e psicológica, aos quais foram submetidos. Para tanto, traçou-se um panorama analítico-comparativo entre os relatos colhidos pela Comissão Nacional da Verdade, e publicados em seu relatório fi nal em 2015, e trechos dos referidos romances cujo foco se dá na descrição dos atos de tortura de suas personagens. Os resultados apontaram que as tais obras se configuraram como espaços de dor, de denúncia, de resistência e, sobretudo, de remissão, para seus autores e leitores.
first_indexed 2024-12-20T21:21:21Z
format Article
id doaj.art-0601acf76595412c847cdfaf8842570e
institution Directory Open Access Journal
issn 1984-4018
language Portuguese
last_indexed 2024-12-20T21:21:21Z
publishDate 2019-11-01
publisher Universidade Federal da Grande Dourados
record_format Article
series Raído
spelling doaj.art-0601acf76595412c847cdfaf8842570e2022-12-21T19:26:16ZporUniversidade Federal da Grande DouradosRaído1984-40182019-11-0113329911510.30612/raido.v13i32.89734519Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissãoCleber José de Oliveira0Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Universidade de Brasília (UnB)Os romances Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós, Batismo de Sangue (1982), de Frei Betto, Volto semana que vem (2015), de Maria Pila, e Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, são compreendidos aqui, sobretudo, como representações denunciativas do modus operandi e das práticas de tortura promovidas por agentes da Ditadura Militar instaurada no Brasil (1964-1985). Nesse sentido, discuto aqui a hipótese central, a saber: ao escreverem sobre memórias tão dolorosas, os referidos autores configuraram o fazer literário num espaço de remissão, mas não de esquecimento, para si e para seus leitores. Já que, sem exceção, suas narrativas apresentam um caráter verossímil que entrelaçam suas vidas aos contextos de repressão e violência física e psicológica, aos quais foram submetidos. Para tanto, traçou-se um panorama analítico-comparativo entre os relatos colhidos pela Comissão Nacional da Verdade, e publicados em seu relatório fi nal em 2015, e trechos dos referidos romances cujo foco se dá na descrição dos atos de tortura de suas personagens. Os resultados apontaram que as tais obras se configuraram como espaços de dor, de denúncia, de resistência e, sobretudo, de remissão, para seus autores e leitores.http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/8973literatura brasileira. ditatura. tortura. resistência.
spellingShingle Cleber José de Oliveira
Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
Raído
literatura brasileira. ditatura. tortura. resistência.
title Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
title_full Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
title_fullStr Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
title_full_unstemmed Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
title_short Representações da tortura: o fazer literário como espaço de remissão
title_sort representacoes da tortura o fazer literario como espaco de remissao
topic literatura brasileira. ditatura. tortura. resistência.
url http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/8973
work_keys_str_mv AT cleberjosedeoliveira representacoesdatorturaofazerliterariocomoespacoderemissao