Risco cardiovascular em vegetarianos e onívoros: um estudo comparativo Cardiovascular risk in vegetarians and omnivores: a comparative study

FUNDAMENTO: Estudos clínicos e epidemiológicos demonstram grande associação da dieta com os agravos crônicos, particularmente com os eventos cardiovasculares, apesar de ainda não compreendidos todos os seus mecanismos de ação. OBJETIVO: Descrever e analisar o risco cardiovascular em vegetarianos e o...

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Bibliographic Details
Main Authors: Rita de Cássia Moreira de Almeida Teixeira, Maria del Carmen Bisi Molina, Eliana Zandonade, José Geraldo Mill
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 2007-10-01
Series:Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007001600005
Description
Summary:FUNDAMENTO: Estudos clínicos e epidemiológicos demonstram grande associação da dieta com os agravos crônicos, particularmente com os eventos cardiovasculares, apesar de ainda não compreendidos todos os seus mecanismos de ação. OBJETIVO: Descrever e analisar o risco cardiovascular em vegetarianos e onívoros residentes na Grande Vitória/ES, na faixa etária de 35 a 64 anos. MÉTODOS: Para avaliação do risco cardiovascular foi realizado estudo de coorte histórico com 201 indivíduos. Foram incluídos 67 vegetarianos há no mínimo 5 anos, provenientes da Grande Vitória, e 134 onívoros, participantes do Projeto MONICA/Vitória, pareados por classe socioeconômica, sexo, idade e raça. Medidas bioquímicas e hemodinâmicas foram obtidas na Clínica de Investigação Cardiovascular da UFES. Para comparação de proporções, foi usado o teste chi2 e calculada a razão de prevalência. O risco cardiovascular foi calculado por meio do algoritmo de Framingham. RESULTADOS: A idade média do grupo foi de 47 &plusmn; 8 anos e o tempo médio de vegetarianismo 19 &plusmn; 10 anos, sendo a dieta ovolactovegetariana seguida por 73% dos vegetarianos. Pressão arterial, glicemia de jejum, colesterol total, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol) e triglicerídeos foram mais baixos entre vegetarianos (p<0,001). O colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) não foi diferente entre os grupos. De acordo com o algoritmo de Framingham, os vegetarianos apresentaram menor risco cardiovascular (p<0,001). CONCLUSÃO: A alimentação onívora desbalanceada, com excesso de proteínas e gorduras de origem animal, pode estar implicada, em grande parte, no desencadeamento de doenças e agravos não-transmissíveis, especialmente no risco cardiovascular.<br>BACKGROUND: Clinical and epidemiological studies have demonstrated a strong association between eating habits and chronic diseases, particularly cardiovascular events, although not all the mechanisms of action are understood. OBJECTIVE: To describe and analyze the cardiovascular risk (CVR) in vegetarians and omnivores residing in Greater Vitória, State of Espírito Santo, Brazil, in the age range from 35 to 64 years. METHODS: To evaluate CVR in the groups, a historical cohort study with 201 individuals was conducted. Sixty seven individuals who had been following a vegetarian diet for at least five years, and who were from Greater Vitória, as well as 134 omnivores participating in the MONICA Project/Vitória matched for socioeconomic class, gender, age and race were included. Biochemical and hemodynamic measurements were obtained in the Cardiovascular Investigation Clinic of UFES. For comparison of proportions, the chi2 test was used, and the Prevalence Ratio was calculated. The CVR was calculated using the Framingham algorithm for the group as a whole, and for separate genders. RESULTS: The mean age of the group was 47&plusmn;8 years and the mean duration of vegetarianism was 19&plusmn;10 years; the lacto-ovo vegetarian diet was followed by 73% of the vegetarians. Blood pressure, fasting plasma glucose, total cholesterol, LDL-c, and triglycerides were lower among vegetarians (p<0.001). HDL-c levels were not different between the groups. According to the Framingham algorithm, vegetarians had a lower CVR (p<0.001). CONCLUSION: Unbalanced omnivorous diet with excess animal protein and fat may be implicated, to a great extent, in the development of noncommunicable diseases and conditions, especially in the CVR.
ISSN:0066-782X
1678-4170