Summary: | Perplexos diante da concretude do golpe, da impossibilidade de reação do governo João Goulart e da repressão violenta a que foram submetidos, os estudantes brasileiros, sob a direção da União Nacional dos Estudantes (UNE), pouco fizeram nos momentos posteriores à intervenção dos militares. Contudo, após a rearticulação política, houve uma intensa mobilização estudantil e alguns segmentos, particularmente secundaristas e universitários, vários deles militantes ou simpatizantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e mais tarde das suas dissidências, demonstraram com bastante veemência sua insatisfação contra as imposições arbitrárias da autocracia instituída. Ainda que na Bahia isso não tenha sido uma exceção, a demonstração da intensidade da violência repressiva e a capacidade de mobilização de setores sociais pretende descontruir as interpretações que diferenciam qualitativamente tanto a atuação autoritária quanto a resistência dos atingidos. Desse modo, será possível conceber a ditadura militar brasileira como a expressão mais acabada do projeto de dominação da oligarquia-liberal-burguesa no Brasil que, na direção de um Estado centralizado e modernizante instituído pelo golpe de 1964, tentava impor-se arbitrariamente no poder.
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