Corpo na capa: representações de homens e mulheres nas revistas Men’s Health e Women’s Health
A versão brasileira da revista Men’s Health teve sua primeira publicaçãono Brasil em maio de 2006. Em novembro de 2008, foi lançada no país a Women’s Health. Porém, ambos os impressos encerraram suas distribuições em dezembro de 2015. Franquias norte-americanas, as revistas tiveram seu conteúdo cons...
Main Authors: | , , |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal de Uberlândia
2019-07-01
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Series: | Revista Paradoxos |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.seer.ufu.br/index.php/paradoxos/article/view/49693 |
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author | Gisllene Rodrigues Ferreira Ana Cristina Menegotto Spannenberg Raquel Discini de Campos |
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description | A versão brasileira da revista Men’s Health teve sua primeira publicaçãono Brasil em maio de 2006. Em novembro de 2008, foi lançada no país a Women’s Health. Porém, ambos os impressos encerraram suas distribuições em dezembro de 2015. Franquias norte-americanas, as revistas tiveram seu conteúdo construído em função de dicas sobre como se exercitar para ter o corpo magro e definido; artigos sobre a conquista e manutenção de um determinado tipo beleza; sugestões sobre alimentação adequada, moda, comportamento e sexualidade. Os estudos da área de Comunicação Social e História Social da Imprensa indicam que a capa de uma revista é o primeiro contato do público leitor com o ethos da publicação. Diante da importância que ela assume, esta pesquisa se debruça sobre as capas dos impressos acima mencionados, tendo como referência de análise os estudos de recepção, levando em consideração que o receptor está presente no texto desde a instância de produção, enquanto uma estratégia. O artigo se propõe a discutir as estratégias de construção do leitor pelas capas de Men’s Health e Women’s Health, a partir do conceito de leitor modelo de Umberto Eco (1986), considerando operadores técnicos de análise (imagem, composição gráfica e cores) e operadores temáticos de análise (beleza, corpo, sexualidade e papéis sociais). Interessante perceber como a beleza, em épocas atrás, era medida pela “fartura” corporal que indicava saúde e também riqueza, mas, nos dias atuais, o “gordo” é tido como feio e doente (Sant”Anna 2005). Para Vigarello (2006), embelezar-se é quase “uma obrigação” da mulher, pois só assim ela mostrará sua feminilidade natural. Ele identificou este modo de ser como constitutivo das subjetividades femininas contemporâneas. Em suma, buscar o padrão ideal de corpo é uma atividade que recai com maior peso sobre o gênero feminino do que sobre o masculino. Isso porque historicamente o “valor” da mulher diante da sociedade está em fazer-se bela como parte da sua ética e identidade, enquanto que o homem não tem sua identidade construída apenas em relação aos cuidados do corpo. Ele é também valorizado pela virilidade e atividades ligadas ao trabalho. Após a realização da pesquisa, com ênfase na leitura das capas das referidas publicações, concluímos que o jornalismo produzido para o homem e para a mulher não são semelhantes, mesmo quando são analisados impressos que giram em torno de uma mesma temática: a saúde do corpo. Antigos estereótipos relacionados a uma suposta essência feminina são reforçados cotidianamente nas capas de Women’s Health, enquanto as capas de Men’s Health indicam construções mais propositivas e inovadoras. |
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