Neoliberalismo, desdemocratização, subjetividade

Considerando a expansão da lógica de mercado e da economia, tanto para a política quanto para a vida social, nosso objetivo é compreender o modo como o neo-liberalismo produz sujeitos governáveis em conformidade com seus interesses. Nosso esforço é justificado pela urgência de novas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rafael Rocha da Rosa
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Ceará 2019-04-01
Series:Argumentos
Subjects:
Online Access:http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/41051
Description
Summary:Considerando a expansão da lógica de mercado e da economia, tanto para a política quanto para a vida social, nosso objetivo é compreender o modo como o neo-liberalismo produz sujeitos governáveis em conformidade com seus interesses. Nosso esforço é justificado pela urgência de novas formas de vida, de relações pessoais, de trabalho, de outras subjetividades, sobretudo de uma nova política. Ao analisamos a contemporaneidade, a aliança entre governos e grandes corporações garantiu às empresas o domínio do mercado, da política e seus efeitos nocivos evidenciam seu projeto: precarização, fim de conquistas trabalhistas, revogação de direitos sociais, terceirização, privatização, generalização da concorrência, redução dos serviços públicos, desemprego, contração salarial. Em relação à política, o neoliberalismo seria um tipo específico de razão com uma pretensão totalizante, a de enformar os aspectos existenciais nos moldes econômicos, que, por sua vez, fragmentaria princípios basilares da democracia. A forma de governo neoliberal conecta produção e direção das condutas e classifica modos de existência de acordo com a renda, a herança, o mérito, o trabalho: cada um desses itens prescreve certo modo de ser. Nesse propósito, uma de suas principais estratégias seria sua forma de subjetivação, fabricando sujeitos cujos valores obedeceriam a lógica de mercado, para então conduzir suas condutas.
ISSN:1984-4247
1984-4255