Summary: | Resumo A chamada “sociologia da capacidade crítica” de Luc Boltanski vem se tornando um dos principais paradigmas teóricos de interpretação das relações sociais. Contrário ao modo como a sociologia crítica à la Bourdieu entende a reflexividade humana, Boltanski propõe tratar os indivíduos como seres reflexivos, plenamente capazes de julgar e criticar o mundo. No entanto, essa “capacidade crítica” funciona em sua sociologia mais como premissa teórica do que como objeto concreto de investigação. Diante disso, este texto argumenta que uma sociologia interessada na capacidade crítica dos sujeitos não pode apenas “supô-la”, deve constituí-la em objeto de estudo sociológico. Para tal, propõe-se reconceituar a capacidade crítica como competência reflexiva, no sentido dado à expressão pela socióloga inglesa Margaret Archer. O recurso às categorias de Archer não apenas ajuda a identificar os limites da sociologia de Boltanski, mas, sobretudo, permite ampliar o seu alcance.
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