ESTUDO COMPARATIVO DE RESULTADOS DE TEMPO DE PROTROMBINA AVALIADOS POR DUAS CURVAS DE CALIBRAÇÃO

Introdução: O Tempo de Protrombina (TP) é utilizado para monitoramento de pacientes em uso de VKA. O ensaio pode ser analisado através de 2 curvas de calibração: por atividade ou por INR. O monitoramento de VKA deve ser feito pela calibração do INR. Na América Latina, a curva destinada ao INR não co...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: F Santoro, C Borella, L Cicarelli, I Catin
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923011033
Description
Summary:Introdução: O Tempo de Protrombina (TP) é utilizado para monitoramento de pacientes em uso de VKA. O ensaio pode ser analisado através de 2 curvas de calibração: por atividade ou por INR. O monitoramento de VKA deve ser feito pela calibração do INR. Na América Latina, a curva destinada ao INR não costuma ser rotineira. Objetivo: Avaliar a concordância dos valores obtidos pelas 2 curvas. Assim, a comparabilidade entre as curvas permitirá inferir o impacto da liberação do parâmetro INR em uma curva não dedicada para esse fim, e também do uso de INR para pacientes que não estão em terapia com VKA. Materiais e métodos: 138 amostras foram fornecidas pelo HU-USP. O equipamento utilizado foi o Sysmex®CS-2500 e os reagentes do TP foram Thromborel®S (THS) e Dade®Innovin® (INN). A análise dos resultados foi realizada a partir de gráficos do Microsoft Excel e do EP Evaluator. Resultados: A comparação entre as metodologias de obtenção do valor de INR mantendo o mesmo reagente demonstrou ótima correlação (THS R2 = 0,999; INN R2 = 0,997). Essa boa correlação também se manteve para valores de atividade (THS R2 = 0,9933, INN R2 = 0,9962). Quando manteve-se a mesma metodologia de obtenção dos valores de INR, mas comparando os 2 reagentes, a correlação foi mais fraca. INR calculado R2 = 0,9893. INR calibrado R2 = 0,9883. Atividade calculada R2 = 0,9204. Atividade calibrada R2 = 0,9222. Discussão: Os valores de INR̃1 quase não sofrem alteração, independente de como o valor de INR é obtido. Quando os valores de INR estão acima de 2, há maior variabilidade entre eles, mas ainda sem diferença clínica. Mantendo-se o tipo de cálculo de INR e mudando-se o reagente, a correlação não se apresenta forte. Observa-se que a maioria dos pontos com INR normal̃ 1,0 está dentro do TEa, mas que, conforme o valor de INR aumenta, os valores dispersam mais da linha de regressão. A situação se repete com INR calibrado e os 2 reagentes. Quando a correlação de atividade é estabelecida é possível inferir que a utilização de um métodos de obtenção não apresenta interferência clínica. Tanto para o valor de atividade obtido através de cálculo quanto calibração, os valores das amostras ultrapassaram o TEa. Essa observação pode interferir na clínica do paciente, já que os resultados não podem ser relacionáveis em sua totalidade, em especial para valores mais altos de atividade. Conclusão: Comparando-se as duas calibrações do mesmo reagente, nas amostras avaliadas as variações de valores foram irrelevantes. Quando analisa-se entre os 2 reagentes, há diferenças importantes para INR entre as calibrações. Em INR próximos a 1, a variação é mínima; porém a diferença cresce proporcionalmente aos valores de INR, logo os reagentes não são intercambiáveis. Isso endossa a literatura de que a terapia de VKA deve ser avaliada por TP com calibração INR. Para atividade, os dados mostram que para o mesmo reagente, com os valores ou calculados ou calibrados, a alteração é mínima em se tratando de amostras de valores normais. É possível inferir que os resultados são intercambiáveis para todos os valores de atividade.
ISSN:2531-1379