Análise Morfológica Comparativa da Carcinogênese Química Cutânea entre Camundongo (Mus Musculus) e Gerbilho (Meriones Unguiculatos)

Foi estudada a resposta da pele de gerbilho à indução química de tumores, comparando-se as alterações morfológicas iniciais com aquelas que ocorrem na pele do camundongo. Dois modelos de carcinogenese foram aplicados: o cumulativo, utilizando metilcolantreno e o bifásico com metilcolantreno como in...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Maria Angélica Guzmán Silva, Jorge S. P. Guimarães
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Nacional de Câncer (INCA) 2023-08-01
Series:Revista Brasileira de Cancerologia
Subjects:
Online Access:https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/3232
Description
Summary:Foi estudada a resposta da pele de gerbilho à indução química de tumores, comparando-se as alterações morfológicas iniciais com aquelas que ocorrem na pele do camundongo. Dois modelos de carcinogenese foram aplicados: o cumulativo, utilizando metilcolantreno e o bifásico com metilcolantreno como iniciador e óleo de cróton como promotor. As alterações macroscópicas tais como espessamento da pele e hiperemia, induzidas com os dois tratamentos mencionados foram menos evidentes no gerbilho. A reação inflamatória e a hiperplasia, observadas microscopicamente, também foram de menor intensidade na pele de gerbilho, notando-se, durante os dois tratamentos, o paradoxo do estímulo permanente da proliferação celular, evidenciado pela elevação do índice mitotico, sem hiperplasia progressiva da epiderme. A nível ultra-estrutural, com o modelo cumulativo, na epiderme interfolicular do gerbilho, ocorreu dilatação do espaço intercelular menos evidente do que a registrada na do camundongo, e a indução de "células escuras" não foi observada até a 10ª semana de tratamento. Com o modelo bifásico, na epiderme interfolicular do gerbilho, nao houve indução de "células escuras" e a dilatação do espaço intercelular foi inicialmente, mímima, deixando de existir posteriormente, apesar da continuidade do tratamento. A pele do gerbilho, quando comparada com a de camundongo, mostrou-se relativamente resistente a carcinogenese química. Se no camundongo, com o modelo bifásico, após um período de latência de sete semanas, houve a formação de vários papilomas, no gerbilho não houve desenvolvimento de tumor até à 304 semana, com o modelo cumulativo, tanto no camundongo como no gerbilho, houve desenvolvimento de um papiloma; o período de latência no camundongo foi de dez semanas, enquanto que no gerbilho foi de quinze semanas. Os resultados obtidos sugerem que a relativa resistência da pele de gerbilho à carcinogênese química parece residir em um fenômeno de adaptação ao processo de promoção tumoral, particularmente com óleo de cróton.
ISSN:2176-9745