FATORES RELACIONADOS À NÃO AUTORIZAÇÃO DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS JUNTO A FAMILIARES QUE RECUSARAM A DOAÇÃO

Objetivo: Caracterizar o processo de diagnóstico de morte encefálica (ME) dos potenciais doadores (PD), compreender as condições e os momentos que as informações dos PD foram relatadas aos familiares em relação às condições clínicas dos PD, do diagnóstico de ME e da entrevista para a doação. Método:...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Simey de Lima Lopes Rodrigues, Ilka de Fatima Santana Ferreira Boin, Helder Jose Lessa Zambelli, Luiz Antônio da Costa Sardinha, Elaine Cristina Ataíde, Marli Elisa Nascimento Fernandes
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos 2021-12-01
Series:Brazilian Journal of Transplantation
Online Access:https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/429
Description
Summary:Objetivo: Caracterizar o processo de diagnóstico de morte encefálica (ME) dos potenciais doadores (PD), compreender as condições e os momentos que as informações dos PD foram relatadas aos familiares em relação às condições clínicas dos PD, do diagnóstico de ME e da entrevista para a doação. Método: Estudo quantitativo, descritivo, exploratório e retrospectivo, com 76 potenciais doadores notificados em 2015, não efetivados devido à recusa familiar, sendo os dados obtidos por meio das informações de prontuários da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da Unicamp e submetidos à análise descritiva. Resultados: Predominaram indivíduos brancos (75%), masculinos (61,8%), idade entre 20 e 60 anos (78,9%), casados (42,1%), hospitalizados nas redondezas de Campinas (47,4%), acometidos de acidente vascular encefálico (56,6%) e assistidos em unidades de terapia intensiva (77,7%) e em emergências (21,1%). O tempo de internação até o diagnóstico de morte encefálica variou de um a 29 dias, sendo 87,4% das vezes, esclarecida a morte encefálica aos familiares até 12 horas após o óbito. Quanto às entrevistas, 78,4% das famílias foram entrevistadas imediatamente após o esclarecimento da morte encefálica; somente 65,2% destas foram feitos em ambientes privados; 57,9% por profissionais que atuam na doação; 43,4% referiam-se a parente de primeiro grau. Entre os motivos para a não doação, destacaram-se: falecido que não era doador (21%), tempo prolongado para devolver o corpo para o sepultamento (19,7%), religioso (14,5%) e familiares que não acreditam em morte encefálica (13,2%). Conclusão: Verificou-se predomínio de PD em leitos intensivos, porém há ainda muitos mantidos nas emergências; a comunicação de morte foi realizada em ambientes não-privados e por profissionais não capacitados, tendo estes influenciado na incidência de não doações.
ISSN:2764-1589