Summary: | Introdução: O uso de terapia imunossupressora é de extrema importância no transplante
pulmonar, entretanto existem diversas reações adversas (RAMs) associadas ao seu
uso. Neste trabalho buscamos descrever a incidência de perda de função renal (FR),
diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e hipercolesterolemia
associadas ao uso de ICN na população de transplantados pulmonares do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre após 1 ano de transplante.
Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo, conduzido no Hospital de Clínicas de
Porto Alegre. Foram incluídos os pacientes transplantados de pulmão no período
de 2016 a 2018.
Resultados: Após um ano do transplante 56,5% (13/23) tiveram uma perda de
FR em comparação ao basal, mas com valores ainda dentro da normalidade
e 30,4% (7/23) perderam FR. A diferença de FR antes e após o transplante foi
estatisticamente significativa com p < 0,001, no entanto não foi observado diferença
entre os ICN (p = 0,499). Entre as variáveis: DM, HAS e Hipercolesterolemia, apenas
o desenvolvimento de HAS foi estaticamente significativo quando comparado ao
período pré-transplante (p < 0,001).
Conclusão: Nossos dados demonstraram importante perda de FR após uso de
imunossupressores ICN, corroborando com dados já publicados, no entanto, não
foi possível identificar associação com ICN específico, sugerindo que benefícios
na intercambialidade de terapias entre os ICN na tentativa de preservação da FR
devem ser melhor estudados. Diante da possibilidade de desenvolvimento de RAMs
associadas ao uso de imunossupressores, destacamos a importância da inserção
do farmacêutico clínico nas equipes de transplante.
|