Museu de ciência

Os museus de ciência protagonizaram no século XIX uma transformação radical, orientada pela mudança de foco – dos objetos para os processos –, que foi responsável pela conformação do conceito moderno de museu, pautado na divisão de seu espaço em reservas, exclusividade dos especialistas, e galerias...

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Bibliographic Details
Main Author: Andréa Fernandes Costa
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de História da Ciência 2009-06-01
Series:Revista Brasileira de História da Ciência
Subjects:
Online Access:https://rbhciencia.emnuvens.com.br/revista/article/view/368
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description Os museus de ciência protagonizaram no século XIX uma transformação radical, orientada pela mudança de foco – dos objetos para os processos –, que foi responsável pela conformação do conceito moderno de museu, pautado na divisão de seu espaço em reservas, exclusividade dos especialistas, e galerias de exposições, destinadas ao público geral. Em alguns museus de ciência essa divisão assume, ainda hoje, contornos bastante nítidos, ao passo que os objetos históricos da ciência continuam majoritariamente sob o domínio dos especialistas, necessitando de estudos que discutam as possíveis formas de exibição desse tipo de objeto para o público de não especialistas. Esta pesquisa tem como foco o estudo do potencial educacional de instrumentos científicos de valor histórico do acervo de um museu de ciência. O problema investigado foi: Qual o impacto do valor histórico de um instrumento científico no público visitante de um museu de ciência? Para fundamentar a nossa análise usamos os conceitos de semióforo, de Kristof Pomiam, e de aura, de Walter Benjamin. A discussão do problema emana dos seguintes pontos: Quais os limites e potencialidades desses instrumentos como recurso educacional capaz de motivar os visitantes do museu no sentido de ampliar a sua cultura científica? Quais os significados (emocional, estético, cognitivo) atribuídos pelos visitantes ao instrumento científico? Para buscar responder a essas questões, optamos por realizar entrevistas com o público espontâneo participante de uma visita orientada no museu no sentido de levantar suas impressões, opiniões e considerações acerca de um instrumento científico do acervo da instituição.A base empírica deste estudo utilizou como método de análise dos dados o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os resultados mostraram que, ao reconhecer o valor histórico do objeto e de sua autenticidade, o público atribui aos seus contatos com esse objeto o caráter de uma experiência diferenciada no campo das emoções e das sensações, o que faz dela, além de diferenciada, também uma experiência interessante, já que o valor histórico do objeto é afirmado como fator que amplia a curiosidade. Os dados mostram a relevância da apresentação dos instrumentos científicos históricos nos museus de ciência, tendo em vista o seu importante potencial para a promoção da motivação intrínseca, diante do impacto emocional, estético e cognitivo que esses objetos têm sobre os visitantes que participam de uma visita orientada e podem contemplá-lo; assim como as potencialidades dos instrumentos científicos como recurso na promoção de uma interpretação crítica da ciência e da relação entre esta e a sociedade contemporânea.
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