Summary: | Relata-se o caso de uma paciente de 67 anos na qual havia sido inadvertidamente implantado, um cabo-eletrodo (CE) permanente subendocárdico via arterial no VE através do tronco braquiocefálico, aparentemente na tentativa de punçao da veia jugular interna. Após confirmaçao da ausência de trombos na cavidade do VE através ecocardiograma bidimensional e devido ao grande risco de fenômenos tromboembólicos e de disfunçao da válvula aórtica, foi realizada a extraçao do CE através da mesma via de acesso e a paciente recebeu alta sem complicaçoes após 24 horas. Enfatiza-se a importância e as limitaçoes do ECG, do raio X de toráx e do ecocardiograma no diagnóstico do mau posicionamento do CE e recomenda-se o uso sistemático de duas manobras fundamentais durante o implante: avançar o CE até a artéria pulmonar para confirmar o posicionamento no VD e utilizar a incidência lateral na fluoroscopia, evidenciando uma localizaçao nitidamente anterior para o VD e posterior para o VE e sistema venoso coronariano. Com base nos relatos da literatura, em que todos os pacientes apresentaram graves complicaçoes tromboembólicas vasculares e/ou neurológicas, recomenda-se a extraçao do CE em todos os casos em que ocorrer esta complicaçao. Quanto à abordagem cirúrgica para extraçao do CE, se transarterialmente ou sob circulaçao extracorpórea, deve-se considerar a presença ou nao de trombos, o tempo de implante e sua aderência ou nao aos folhetos valvares aórticos.
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