A ‘Europa Connosco’: os trabalhistas ingleses e o pedido de adesão de Portugal às Comunidades Europeias

Em 28 de março de 1977, Portugal apresentava formalmente o seu pedido de adesão às Comunidades Europeias. O pedido é apresentado por Mário Soares, então primeiro-ministro do I Governo Constitucional (1976-78). O Reino Unido, onde os trabalhistas estavam no poder desde 1974 - e estariam até 1979, pri...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: António Simões do Paço
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Maringá 2017-03-01
Series:Diálogos
Subjects:
Online Access:https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/36147
Description
Summary:Em 28 de março de 1977, Portugal apresentava formalmente o seu pedido de adesão às Comunidades Europeias. O pedido é apresentado por Mário Soares, então primeiro-ministro do I Governo Constitucional (1976-78). O Reino Unido, onde os trabalhistas estavam no poder desde 1974 - e estariam até 1979, primeiro com Harold Wilson (1974-76) e depois com James Callaghan (1976-1979) - foi escolhido para «apadrinhar» o pedido português, aproveitando também o facto de este país assumir a presidência rotativa das Comunidades no primeiro semestre de 1977. A decisão europeia de aceitar encetar nessa altura o processo de adesão de Portugal era eminentemente política e tinha a ver com a necessidade de consolidar o regime nascido do encerramento do período revolucionário em 25 de novembro de 1975 e das eleições parlamentares de 25 de abril de 1976, não perdendo de vista (com um olho muito atento) o curso dos acontecimentos em Espanha, após a morte de Franco. Porém, a agenda económica esteve sempre presente, com o Reino Unido e a RFA a terem de empenhar-se em demover os mais cépticos em relação à integração de Portugal, capitaneados nessa altura pela França de Giscard d'Estaing.
ISSN:1415-9945
2177-2940