Summary: | O objetivo do presente artigo é mostrar o rigor com que Aristóteles
concebe e trata o discurso poético. Em que pese a inequívoca diferença de propósito e estatuto discursivo relativamente ao discurso científico, Aristóteles não deixa de pensar a poesia sem certo rigor. Além de aproximá-la da filosofia, não por outra razão senão pelo seu mais alto nível de universalidade se comparada à história, ele afirma ser a escrita uma forma de expressão mais rigorosa que a fala. A escrita é a forma primária de composição do discurso poético e qualquer poesia, só pela leitura, deve garantir todos os efeitos que lhe são próprios. Enquanto se trata de um argumento, a poesia deve ser clara, coerente e não-contraditória. Esperamos mostrar que embora o discurso poético não coincida com o rigor do discurso científico, Aristóteles não destitui a poesia de certo rigor racional. Tal rigor torna a linguagem do discurso poético mais eficiente sobre o ânimo da audiência.
|