Summary: | É recorrente no movimento docente o argumento de que as universidades estão vivendo uma crise sistêmica. Esse argumento ganha uma dimensão mais ampla, principalmente quando os docentes estão reivindicando reajustes salariais, como está ocorrendo agora nas Universidades Públicas Paranaenses. Eu não faço parte desta parcela que acredita que as universidades estão passando por uma “crise”. Pelo menos não na acepção sociológica do termo, onde “crise” é sinônimo de uma situação repleta de problemas e a conjuntura é totalmente desfavorável. Não estamos vivendo um momento histórico de indefinições ou de riscos inquietantes, como aquele que passamos nas décadas de 1960 e 1970, sob o controle do decreto 477 e o constante regime de vigilância e de falta de liberdade acadêmica. Hoje a realidade é outra. As universidades brasileiras são instituições sólidas, o conhecimento produzido no Brasil tem se destacado no conjunto da produção mundial e as políticas públicas de incentivo à ciência e tecnologia são cada vez mais debatidas e colocadas em práticas.
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