Depressão Perinatal Paterna: fatores de risco
Introdução: A Depressão Perinatal Paterna tem uma prevalência estimada entre 8.4 e 10.4% segundo duas meta-análises recentes, sendo um fenómeno cada vez mais estudado nas últimas décadas. Atendendo ao impacto clínico e económico, esta perturbação merece a devida atenção da comunidade científica....
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Format: | Article |
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Published: |
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
2023-12-01
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author | Ana Carolina Moura Pereira José Fonseca-Moutinho Sofia Morais |
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Introdução: A Depressão Perinatal Paterna tem uma prevalência estimada entre 8.4 e 10.4% segundo duas meta-análises recentes, sendo um fenómeno cada vez mais estudado nas últimas décadas. Atendendo ao impacto clínico e económico, esta perturbação merece a devida atenção da comunidade científica.
Objetivos: Análise descritiva da atual evidência científica sobre a Depressão Perinatal Paterna, identificando a prevalência, fatores de risco e impacto no individuo, sociedade e sistemas de saúde.
Métodos: Revisão não sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, UpToDate e normas de orientação da Direção-Geral da Saúde e Organização Mundial da Saúde, sem limite temporal.
Resultados: Foram identificados diversos fatores de risco para a Depressão Perinatal Paterna, que podem ser divididos em: individuais (idade inferior a 28 anos, baixo nível educacional e socioeconómico, desemprego, tabagismo, hábitos alimentares desregrados, personalidade com níveis elevados de neuroticismo ou baixa autoestima, padrão educacional do próprio pai com excessivo controlo ou ausência de modelos paternais, eventos de vida negativos); socioculturais (solteiro, separado ou divorciado, baixo apoio conjugal, familiar e laboral, e pertencente a minorias étnicas); relacionados com a gravidez (gravidez não planeada/desejada, parto instrumentado, complicações na gravidez ou na saúde da criança, e gravidez precedida por tratamentos de fertilidade); psiquiátricos (concomitância de depressão materna e antecedentes de doença psiquiátrica no homem); e hormonais (diminuição dos níveis de testosterona, estrogénio, cortisol, vasopressina e prolactina). A concomitância de depressão materna é o principal fator de risco, em que o homem apresenta risco superior, cerca de 50%, de desenvolver Depressão Perinatal Paterna. A Depressão Perinatal Paterna revela um impacto negativo, quer na ligação paterno-infantil, com efeitos deletérios na criança que podem persistir até à adolescência e idade adulta, quer ao nível económico no setor da saúde, pelo aumento da utilização dos cuidados de saúde primários e hospitalares pelos pais deprimidos.
Conclusões: Para uma maior consciencialização e reconhecimento precoce desta entidade clínica devem ser adotadas medidas como a implementação de questionários de rastreio, a divulgação de informação relativa à prevalência, fatores de risco e possíveis consequências e a utilização de tecnologias para conseguir a deteção e resolução de determinados fatores de risco.
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