Summary: | No século XIX, os folhetins e fait divers garantiam a emoção do público com narrativas “realistas” chocantes ou baseadas em notícias publicadas nos jornais; hoje, o crime como espetáculo pode ser acompanhado através das séries contemporâneas, transmitidas por streaming. Busca-se, neste artigo, analisar a narrativa documental da série Elize Matsunaga: Era uma vez um crime (Netflix/2021) a partir dos dilemas trazidos pela contemporaneidade. Para isso, traça-se um panorama do papel midiático em narrativas sobre crimes reais (MEYER, 1996; BROOKS, 1995; SINGER, 2004) e discute-se a vida espetacularizada na voz da própria ré confessa (SCHWARTZ, 2004; SIBILIA, 2008; GUNNING, 2004) para, finalmente, olhar a estrutura narrativa da série documental (MUNGIOLI, 2017; ECO, 1989; 1997).
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