O diálogo e a participação em um conselho de saúde em Santa Catarina, Brasil
Ainda que costumemos acreditar que participação implica necessariamente em diálogo, a prática concreta nos mostra que seus caminhos podem ser divergentes. Neste estudo, realizado em um Conselho de Saúde de um município catarinense foram analisados, a partir de 39 atas de reuniões, os mecanismos e es...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
2002-01-01
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Series: | Cadernos de Saúde Pública |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000600016 |
Summary: | Ainda que costumemos acreditar que participação implica necessariamente em diálogo, a prática concreta nos mostra que seus caminhos podem ser divergentes. Neste estudo, realizado em um Conselho de Saúde de um município catarinense foram analisados, a partir de 39 atas de reuniões, os mecanismos e estratégias discursivas que aparecem como "obstrutores" do diálogo, que como constatamos, permanece ausente apesar de se tratar de uma instância participativa. Dentre essas estratégias foram isoladas algumas expressões que Umberto Eco chamou de "hipercodificações", cuja função no conselho parece ser a de fechar qualquer debate. As hipercodificações encontradas foram expressões do jargão técnico, administrativo e político. Mediante essas estratégias discursivas utilizadas, observamos que a linguagem é usada como um ardil que fecha as possibilidades de interlocução democrática, truncando o diálogo. Desse modo, há pouca transitividade nos poderes dos diversos segmentos no conselho estudado, os quais acabam se concentrando principalmente no segmento governamental. |
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ISSN: | 0102-311X 1678-4464 |