A Restituição Cultural Como Dever de Memória
O Dever de Memória, título que Primo Levi (2011) deu a um dos seus livros, consubstancia toda a lógica que está subjacente à restituição cultural, num processo que está em marcha, tendente a promover a reparação dos danos provocados pelo colonialismo. Muito embora a reparação nunca seja completamen...
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
2022-06-01
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Series: | Comunicação e Sociedade |
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author | Vítor de Sousa Sheila Khan Pedro Schacht Pereira |
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O Dever de Memória, título que Primo Levi (2011) deu a um dos seus livros, consubstancia toda a lógica que está subjacente à restituição cultural, num processo que está em marcha, tendente a promover a reparação dos danos provocados pelo colonialismo. Muito embora a reparação nunca seja completamente concretizada, a atitude que lhe está subjacente pode atenuar ressentimentos, num sinal assente na diversidade e não, como quase sempre aconteceu, numa lógica unilateral, decorrente de um olhar ocidental. Através da utilização da memória, que, no caso de Levi, incidiu sobre o holocausto — a que se reporta a cunhagem da expressão “dever de memória” —, foi dado o seu testemunho enquanto judeu que foi prisioneiro dos nazis, para que nada semelhante alguma vez voltasse a acontecer. Há um urgente dever de memória tendente a reparar atrocidades cometidas em tempo colonial, através do exercício da violência por parte de quem colonizava. Por conseguinte, a ideia de “dever da memória” quer significar a responsabilidade ética de nunca esquecer...
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