“E se todos fossem arqueólogos?”

Partindo de um interesse em pensar a relação entre arqueologia e antropologia, apresento neste artigo a experiência de uma pesquisa em que as fronteiras disciplinares são fluidas e flexíveis. O mote da minha reflexão é a prática de uma pesquisa de arqueologia com um grupo indígena do tronco tupi, o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Mariana Petry Cabral
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2018-02-01
Series:Anuário Antropológico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6821
Description
Summary:Partindo de um interesse em pensar a relação entre arqueologia e antropologia, apresento neste artigo a experiência de uma pesquisa em que as fronteiras disciplinares são fluidas e flexíveis. O mote da minha reflexão é a prática de uma pesquisa de arqueologia com um grupo indígena do tronco tupi, os Wajãpi do Amapá. Com o desenrolar da pesquisa, ficou claro que, além dos sítios arqueológicos, havia muito para conhecer sobre o que os Wajãpi pensam a respeito dos sítios. Sem falar no que os Wajãpi conhecem sobre outras coisas que nós arqueólogos não consideramos sítios, mas que podem funcionar como sítios nos seus próprios termos. Com isso, eu me voltei a conhecer a maneira como os Wajãpi constroem narrativas sobre o passado utilizando vestígios, os traços materiais que seguem disponíveis hoje na sua terra. Ao pensar a arqueologia como uma prática de sentido, vejo esse processo de construção de relações entre os vestígios materiais e o conhecimento wajãpi como uma versão da arqueologia. Neste artigo, apresento alguns exemplos deste processo para argumentar que as aproximações disciplinares podem ser férteis e produtivas.
ISSN:0102-4302
2357-738X