Poesia a abater na década de 1950

Este artigo aborda a poesia portuguesa censurada na década de 1950, tendo em conta um estudo preliminar sobre a biblioteca de referência dos Serviços de Censura da ditadura salazarista. Desta biblioteca, resgataram-se logo em 1974 cerca de 1 000 exemplares com carimbos, selos e cortes. Contudo, est...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Álvaro Seiça
Format: Article
Language:English
Published: Imprensa da Universidade de Coimbra 2023-11-01
Series:Revista de Estudos Literários
Subjects:
Online Access:https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/13438
Description
Summary:Este artigo aborda a poesia portuguesa censurada na década de 1950, tendo em conta um estudo preliminar sobre a biblioteca de referência dos Serviços de Censura da ditadura salazarista. Desta biblioteca, resgataram-se logo em 1974 cerca de 1 000 exemplares com carimbos, selos e cortes. Contudo, estes livros foram revelados ao público apenas em 2022, na exposição inédita Obras Proibidas e Censuradas no Estado Novo, na Biblioteca Nacional de Portugal. Deste modo, a análise parte de uma seleção de 10 livros recuperados para se focar na coleção “Cancioneiro Geral” (1950-58), com a qual o Centro Bibliográfico moldou a segunda vaga neorrealista; no penúltimo livro desta coleção, A viagem com o teu rosto (1958), de Egito Gonçalves; e noutra obra que também sofreu cortes severos, Romances do mar (1955), de Bernardo Santareno. Consideram-se questões de memória literária, impacto e legado censório, investigando se houve alterações provocadas pela atuação dos Serviços de Censura, ou mesmo reescrita, nas edições posteriores de Gonçalves e Santareno durante e após a ditadura.
ISSN:2182-1526
2183-847X