Summary: | O presente artigo tem como objetivo refletir a tensa conjuntura eleitoral de 1955, no interior das Forças Armadas através dos documentos do Serviço Secreto da Delegacia de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS-SP) e do Arquivo pessoal do deputado Augusto do Amaral Peixoto localizado no CPDOC.A vigilância sobre as facções militares neste período (1955-1956) revelava a fragilidade da distensão política impetrada pela constituição de 1946, onde o debate que ocorria na sociedade civil sobre as liberdades democráticas, assim como as reações ao cerceamento à liberdade de organização e expressão, configuravam um quadro institucional que, na visão dos militares, era caótico. Nesta perspectiva, o Serviço Secreto acompanhava de perto esta polêmica em torno da intervenção militar ou da legalidade constitucional defendida por estes grupos militares, aglutinados com os segmentos que detém o poder político e econômico e que vêem o permanente modelo de desenvolvimento do país correr riscos se, se ampliam os espaços rumo a uma democratização efetiva, mesmo a de teor liberal.
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