CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO ADMITIDOS EM INSTITUIÇÃO PRIVADA DO CENTRO OESTE BRASILEIRO: ANÁLISE DA LINHA DE CUIDADO DE MM NO HEMOLABOR

Objetivos: O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica de origem plasmocitária. Poucos estudos epidemiológicos brasileiros sobre os pacientes com MM estão disponíveis e o conhecimento do perfil desta doença em nosso país é essencial para o estabelecimento de medidas de saúde pública direcio...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: PP Inacio
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923009690
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description Objetivos: O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica de origem plasmocitária. Poucos estudos epidemiológicos brasileiros sobre os pacientes com MM estão disponíveis e o conhecimento do perfil desta doença em nosso país é essencial para o estabelecimento de medidas de saúde pública direcionadas. Métodos: Em fevereiro de 2018 foi criado uma Linha de Cuidados Multidisciplinar no Grupo Hemolabor (Goiânia, GO) que visa o acompanhamento regular de todos os pacientes com MM admitidos na instituição para tratamento quimioterápico de primeira linha (QT1L). O paciente faz consultas rotineiras com equipe de enfermagem, nutrição, psicologia, farmácia e assistência social. Informações são coletadas avaliadas durante todo tempo que o paciente permanece em QT1L. Este resumo visa descrever informações epidemiológicas, clínicas, laboratoriais e de tratamento do momento da admissão do paciente com MM em nossa instituição. Resultados: Entre julho de 2018 e julho de 2023 foram admitidos para QT1L um total de 73 pacientes (pct) com MM. Na data deste resumo 10 pct estão em 1ªlinha de quimioterapia (indução), 17 estão em manutenção, 10 finalizaram tratamento, 11 foram submetidos a transplante de medula óssea (TMO), 9 mudaram para linhas posteriores, 11 evoluíram para óbito, 4 perderam seguimento e 1 abandonou o acompanhamento. Ao iniciarem tratamento eles apresentavam entre 44 e 88 anos, com idade média de 69 anos. Dos 73 pacientes, 35 tinham menos de 70 anos, 43 são do sexo feminino e 30 do sexo masculino. O subtipo mais comum de MM é IgG Kappa em 26 (35%) pct seguidos por IgA Kappa em 13 (17%). O estagiamento inicial foi variável: 21 pct estratificados como ISS = 1, 13 pct como ISS = 2 e 23 como ISS = 3. O estagiamento Durie Salmon foi: IA em 6 pct, IIA em 9 pct, IIB em 2 pct, 3A em 33 pct e IIIB em outros 9. O cariótipo de medula foi realizado em 21 pct e nenhum deles se revelou alterado. Análise molecular por FISH foi solicitada para 9 pct. Antes de iniciar a QT1L os exames revelaram anemia (hemoglobina <12 g/dL – mulher e <13,5 g/dL -homem) em 58 pacientes, insuficiência renal em 13 pct e hipercalcemia em 23. Os protocolos de QT1L prescritos para pacientes com menos de 70 anos e intenção inicial de TMO foram VCD (11 pct), DVTD (11 pct), VRD (5 pct), VTD (3 pct), VD (1 pct) e VTD-PACE (1 pct). Outros esquemas utilizados em pacientes inelegíveis foram D-VMP (19 pct), VRD (5 pct) VMP (4 pct) MPT (1 pct), VCD (4 pct), DRD (2 pct), DVD (2 pct), VD (2 pct). O ácido zoledrônico foi prescrito para 54 pct. A média dos ciclos de quimioterapia realizados foi de 6 ciclos e os 73 pacientes relatados receberam de 1 a 22 ciclos de quimioterapia. Discussão: Os dados apresentados revelam uma prevalência maior em pacientes do sexo feminino, com idade extremamente variável ao diagnóstico e com doença mais avançada. A avaliação genética e molecular ainda é pouco explorada na prática diária. Existe grande variabilidade na prescrição dos protocolos de primeira linha, mas todos estão entre os tratamentos possíveis para este perfil de pacientes. O TMO ainda é realizado por uma parcela pequena dos pacientes elegíveis e estes dados podem estar relacionados a dificuldades enfrentadas na disponibilidade de acesso aos centros transplantadores em nossa região. Conclusão: A avaliação inicial dos pacientes com MM em clínica privada de Goiânia para tratamento com QT1L fornece um perfil epidemiológico, clínico, laboratorial e de tratamento na Região Centro Oeste Brasileira.
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