Summary: | Verificou-se a relação entre a remuneração executiva e a qualidade do lucro como forma de mitigação do problema de gerenciamento de resultado para obtenção de maiores remunerações, por parte dos executivos. Foram analisadas 288 empresas que divulgaram as informações sobre remuneração executiva no período de 2008 a 2017, de países que compõem a União Europeia, por meio de regressão por dados em painel com efeitos fixos. Os resultados permitem afirmar que os pacotes de remuneração executiva são influenciados pela magnitude de accruals e suavização de resultados. Executivos que lançam mão de accruals e de práticas de suavização de resultados observam maiores remunerações. Por outro lado, não foi possível identificar relação entre persistência de lucros, tempestividade no reconhecimento de perdas e a remuneração executiva, fato que não permite afirmar que estas duas proxies apresentam influência sobre os pacotes de remuneração. As variáveis de controle de tamanho, endividamento de curto prazo, retorno contábil, retorno de mercado e governança corporativa apresentaram significância estatística. A principal contribuição do estudo é a evidenciação de que, para este período e amostra, os pacotes de remuneração não sofreram influência de todas as métricas de qualidade do lucro, apenas pelo uso de accruals e suavização de resultados, combinados com o retorno das ações no mercado acionário, o que sugere, segundo a literatura, um desalinhamento entre os interesses de longo prazo de investidores e seus executivos.
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