Summary: | Este trabalho é um relato de experiência resultante da prática de estágio curricular obrigatório “Acolhimento Ambulatorial na Fundação Hemominas” do curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel, cujo objetivo principal foi a escuta dos pacientes usuários do Hemocentro de Belo Horizonte, que são portadores de doenças crônicas hematológicas, e também a seus acompanhantes, proporcionando um acolhimento ambulatorial mais humanizado. Como metodologia utilizamos alguns fragmentos dos acolhimentos realizados que discutiremos a partir dos conceitos psicanalíticos de escuta analítica, associação livre, transferência e sintoma. Os resultados que se destacam são que o acolhimento psicológico no ambulatório oportuniza aos pacientes um momento terapêutico em um ambiente potencialmente ansiogênico. A escuta com viés psicanalítico oferecida pelos estagiários de psicologia aos pacientes tem o objetivo de alçar o sujeito em sua subjetividade para além do seu diagnóstico. A doença crônica pode trazer repercussões para o sujeito portador em sua condição física, social e psíquica e o fazer médico tem em sua especificidade a busca pela eliminação/controle dos sintomas indesejáveis. Porém o fazer da psicologia no ambulatório está endereçado a um outro tipo de sintoma, que é um fenômeno subjetivo constituído pela realização deformada do desejo. Para as estagiárias a experiência do estágio se mostrou como uma rica fonte de aprendizado e desenvolvimento profissional. É nesta perspectiva que idealizamos este trabalho.
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