Demandas do presente: “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar
O poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, pode ser tomado como exercício lírico-existencial, cuja elaboração estética articula metáforas sintomáticas de uma subjetividade cindida. A economia estética do poema ensaia uma arquitetura do desejo em “traduzir-se”, que manifesta a perplexidade do sujeito...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal de Santa Catarina
2013-10-01
|
Series: | Anuário de Literatura |
Subjects: | |
Online Access: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/29798 |
Summary: | O poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, pode ser tomado como exercício lírico-existencial, cuja elaboração estética articula metáforas sintomáticas de uma subjetividade cindida. A economia estética do poema ensaia uma arquitetura do desejo em “traduzir-se”, que manifesta a perplexidade do sujeito lírico diante do descentramento dessa experiência de “vertigem” e põe em suspeição sua tradução possível como arte. Neste artigo, apostamos em uma interpretação que considera rentável uma aproximação entre literatura e alguns pressupostos da psicanálise e da teoria e crítica de poesia, a fim de lançar um horizonte de compreensão sobre a emblemática poesia de Ferreira Gullar. O poema alude a uma autorreferencialidade do eu lírico e de suas marcas narcísicas, delineia um horizonte de ordem intersubjetiva, no qual se vislumbra um potencial alteritário do sujeito lírico, a emergência de uma subjetividade que se prenuncia híbrida, conflituosa: o eu poemático é gestado e ganha contornos existenciais num drama de linguagem. Uma “tradução” sempre contemporânea. |
---|---|
ISSN: | 1414-5235 2175-7917 |