ARRISCANDO A PALAVRA: VIEIRA, DOS SERMÕES À HISTÓRIA DO FUTURO

Arriscar a palavra no púlpito, na própria vida, na obra de uma vida. Em Vieira, dos Sermões à História do Futuro, a palavra faz um caminho. Para além de artifícios da retórica, para além de conveniências político-religiosas, ele coloca as bases da ação como resposta à palavra de Deus e em fidelidade...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Maria A. R. Abrão
Format: Article
Language:English
Published: Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia 2014-01-01
Series:Perspectiva Teológica
Subjects:
Online Access:http://periodicos.faje.edu.br/index.php/perspectiva/article/view/2971
Description
Summary:Arriscar a palavra no púlpito, na própria vida, na obra de uma vida. Em Vieira, dos Sermões à História do Futuro, a palavra faz um caminho. Para além de artifícios da retórica, para além de conveniências político-religiosas, ele coloca as bases da ação como resposta à palavra de Deus e em fidelidade a ela adotando como paradigma a história de Israel. História reveladora da iniciativa de Deus, sempre primeira. Reveladora também dos caminhos e descaminhos da livre resposta humana, da responsabilidade histórica que tal resposta comporta. Ao propor uma leitura do modo de agir de Deus, da sua aliança com a humanidade, Vieira alinha-se perigosamente na fileira dos que incomodam. Lembra a impossibilidade de proteger-se sob o conceito de eleição. A purificação desse conceito, bem como o de ‘ser cristão’ é inadiável. No entanto, a postura de Vieira não é isenta de problemas teológicos. O risco de sua palavra, que abre a esse debate, indica igualmente ao homem os motivos para esperar, para crer na promessa, chave da leitura do futuro. ABSTRACT: Risking the word in the pulpit, in one’s life, in the work of an entire life. According to Vieira, from the Sermons to the History of the Future, the word makes a way for itself. Besides of the rhetoric artifices and the politico-religious conveniences, Vieira establishes the action bases as response to the God’s word, and in fidelity to the same by adopting as paradigm the History of Israel, a revealing, and always the first one, History of the God’s initiative. A History that also reveals the right paths and the wrong paths of the human response, of the historic responsibility that such a response holds. When Vieira proposes the reading of the way God works, of the alliance of God with the humankind, Vieira dangerously aligns himself with the row of those who make trouble. Vieira reminds the impossibility of sheltering oneself under the concept of election. The purification of this concept, as well as the concept of ‘being Christian’ is unpostponable. Nevertheless, the Vieira’s position is not free from theological issues. The risk of his word that opens this debate equally indicates to the man the reasons for hoping and believing in the promise, the key for reading the future.
ISSN:0102-4469
2176-8757