Summary: | No ano de 186 a.C. foram duramente reprimidos os cultos báquicos na Itália por meio de diferentes medidas tomadas pelo senado (senatus consultum de Bacchanalibus ,CIL I2 581 e Liv. 39, 8-19). Uma extensa tradição historiográfica moderna afirma que a proibição deste culto constitui "um fato absolutamente excepcional na história de Roma", pois o paganismo se caracterizou pela abertura e a tolerância. No entanto, o tema da tolerância religiosa em sistemas politeístas é bastante complexo (Rüpke 2001) e não se trata de uma simples exceção, como o manifestou North em seu estudo sobre a tolerância religiosa na república romana (North 1979). Nesta perspectiva, o estudo das fontes da proibição das bacanais em Roma no ano de 186 a.C. e sua recepção (Lívio) oferece um ponto de referência para o tema da relação entre religião, ordem, estrutura, disciplinamento e controle social no mundo romano. Esse é o marco no qual se pode contextualizar a discussão sobre tolerância e intolerância religiosa na república romana.
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