Summary: | Este artigo tem como objetivo promover uma reflexão sobre as singularidades da constituição subjetiva da criança surda filha de pais ouvintes. Para essa reflexão, descrevo uma cena do curta-metragem “Crisálida” e, em seguida, analiso as singularidades da constituição psíquica da pessoa surda, a partir das seguintes categorias: Sintomas psíquicos; Interações entre pais ouvintes e filhos surdos e modos de apreensão das línguas, a partir de pesquisas de psicanalistas ou pesquisadores que se fundamentam na psicanálise. Como resultado, aponto o fato de que a dificuldade de comunicação entre os membros destas famílias não impede a construção de laços afetivos, porém pode dificultar a negociação de regras sociais, gerando conflitos nesta relação. Ademais, a entrada da língua de sinais no contexto familiar parece funcionar para os pais como um resgate narcísico em relação ao filho.
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