Summary: | Em 1940, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano de Pátzcuaro (México) estabeleceu o 19 de abril de cada ano como “Dia do Índio”, para relembrar a data em que os delegados indígenas somaram-se ao Congresso. O artigo analisa a criação desta nova comemoração pelos indigenistas que, ao mesmo tempo, estavam a fundar o Instituto Indigenista Interamericano (III) com o objetivo de definir e desenvolver uma política comum a respeito da “questão indígena”. Abordaremos em primeiro lugar a adoção oficial do Dia do Índio durante o apogeu do indigenismo (1940-1970) discutindo se ele se transformou na comemoração indigenista que os seus criadores esperavam. Em segundo lugar, a análise dos discursos oficiais pronunciados pelos diretores e representantes do III com ocasião da comemoração sugere que o Dia do Índio oferecia um palco útil a um relato sobre o passado e o presente dos indígenas e dos países americanos, no qual reservava um papel crucial ao indigenismo. De fato, o Dia do Índio, tanto no âmbito interamericano quanto nos diferentes espaços nacionais, agiu mais como uma pratica identificadora dos defensores do indigenismo e das políticas indigenistas que como uma homenagem aos indígenas
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