ESTRUTURA E DINÂMICA DA PESCARIA DO PEIXE-SAPO Lophius gastrophysus NO SUDESTE E SUL DO BRASIL

O peixe-sapo L. gastrophysus foi identificado como um dos principais alvos no atual processo de expansão da pesca demersal para áreas profundas da Zona Econômica Exclusiva brasileira. A pescaria dessa espécie iniciou-se em 2001 e foi analisada a partir do monitoramento de desembarques em Santa Cata...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: José PEREZ, Roberto WAHRLICH, Paulo PEZZUTO, Fábio LOPES
Format: Article
Language:English
Published: Instituto de Pesca 2018-06-01
Series:Boletim do Instituto de Pesca
Subjects:
Online Access:https://institutodepesca.org/index.php/bip/article/view/252
Description
Summary:O peixe-sapo L. gastrophysus foi identificado como um dos principais alvos no atual processo de expansão da pesca demersal para áreas profundas da Zona Econômica Exclusiva brasileira. A pescaria dessa espécie iniciou-se em 2001 e foi analisada a partir do monitoramento de desembarques em Santa Catarina e de programas de observadores de bordo e de rastreamento remoto. Em 2001 foram produzidas, aproximadamente, 8.823 t, equivalentes a US$ 20.730.924,00 em exportações. A explotação dessa espécie de peixe-sapo pela frota nacional foi responsável por 60% dos desembarques totais, sendo liderada pela atividade multiespecí­­fica de arrasteiros duplos, principalmente sediados nos Estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, que direcionaram grande parte das viagens a profundidades maiores que 125 m. Além dessa espécie, que compôs, em média, de 10 a 15% dos desembarques (entre 2 e 3 t por viagem), foram significativas as participações da merluza (Merluccius hubbsi) e da abrótea-de profundidade (Urophycis cirrata). A frota de emalhe arrendada, composta de nove embarcações, direcionou suas operações ao peixe-sapo L. gastrophysus, ocupando, ao longo do ano, as áreas de pesca compreendidas entre os paralelos 22° e 34°S e as isóbatas de 130 e 645 m, e produzindo 36% dos desembarques totais em 2001. A atividade foi baseada em viagens de 30 a 60 dias, que produziram, em média, 22,3 t (± 3,7 EP) de "colas†processadas e congeladas a bordo. O peixe-sapo predominou numericamente nas capturas da rede de emalhe, porém a captura incidental de caranguejos-de-profundidade (Chaceon spp.), cherne-poveiro (Polyprion americanus) e tubarões foi frequente e pouco aproveitada pelas embarcações. O estudo indica que o desenvolvimento de uma pescaria nacionalizada de L. gastrophysus deveria priorizar o uso das redes de emalhe, porém adaptadas a embarcações menores, mais adequadas í­Â  realidade econômica e aos limitados ní­­veis de sustentabilidade do estoque.
ISSN:1678-2305