ASSISTENCIALISMO E EMPREENDIMENTOS POPULARES DE TRABALHO: RELAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA?
Trabalhadores da superpopulação estagnada buscam em empreendimentos populares de trabalho formas de amenizar o processo de pauperização em que se encontram, bem como também objetivam superar a condição de público de ações assistencialistas. Contudo, na efetivação das experiências fomentadas por polí...
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Published: |
Universidade Federal de Minas de Gerais
2013-08-01
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author | Deise Luiza da Silva Ferraz Rafael Rodrigo Mueller |
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description | Trabalhadores da superpopulação estagnada buscam em empreendimentos populares de trabalho formas de amenizar o processo de pauperização em que se encontram, bem como também objetivam superar a condição de público de ações assistencialistas. Contudo, na efetivação das experiências fomentadas por políticas públicas, observa-se que o trabalho efetivamente não liberta esta população do assistencialismo. Assim, o objetivo deste texto é analisar a situação paradoxal dos envolvidos nessas experiências, defendendo o argumento de que, sob uma análise acurada, o paradoxo se dissolve. A concomitância entre o esforço laborativo dos considerados carentes e o assistencialismo decorre, na verdade, do movimento de acumulação do capital e de sua manifestação particular na disputa pela aplicação do fundo público em países cujo desenvolvimento econômico passa pela superexploração da força de trabalho. A experiência dos catadores de materiais recicláveis organizados em associações na região de Curitiba no estado do Paraná e a prática dos trabalhadores desempregados organizados em um movimento social no estado do Rio Grande do Sul constituem o objeto empírico da análise realizada. A observação sistemática e a participante permitiram o acesso a dados que, ao serem analisados, demonstraram os limites das políticas públicas de geração de trabalho e renda que têm como público alvo a superpopulação consolidada. Os resultados indicam que, nos termos em que está sendo posto pelas políticas públicas, essa população demanda a permanência do assistencialismo, e por consequência, dos desdobramentos dessa necessária relação, corroborando o argumento central do texto. |
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publisher | Universidade Federal de Minas de Gerais |
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spelling | doaj.art-1b3684704585405f89dd74fa28df92322022-12-21T20:20:01ZengUniversidade Federal de Minas de GeraisGestão e Sociedade1980-57562013-08-0171718621910.21171/ges.v7i17.1578938ASSISTENCIALISMO E EMPREENDIMENTOS POPULARES DE TRABALHO: RELAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA?Deise Luiza da Silva Ferraz0Rafael Rodrigo Mueller1Universidade PositivoFAE - Centro UniversitárioTrabalhadores da superpopulação estagnada buscam em empreendimentos populares de trabalho formas de amenizar o processo de pauperização em que se encontram, bem como também objetivam superar a condição de público de ações assistencialistas. Contudo, na efetivação das experiências fomentadas por políticas públicas, observa-se que o trabalho efetivamente não liberta esta população do assistencialismo. Assim, o objetivo deste texto é analisar a situação paradoxal dos envolvidos nessas experiências, defendendo o argumento de que, sob uma análise acurada, o paradoxo se dissolve. A concomitância entre o esforço laborativo dos considerados carentes e o assistencialismo decorre, na verdade, do movimento de acumulação do capital e de sua manifestação particular na disputa pela aplicação do fundo público em países cujo desenvolvimento econômico passa pela superexploração da força de trabalho. A experiência dos catadores de materiais recicláveis organizados em associações na região de Curitiba no estado do Paraná e a prática dos trabalhadores desempregados organizados em um movimento social no estado do Rio Grande do Sul constituem o objeto empírico da análise realizada. A observação sistemática e a participante permitiram o acesso a dados que, ao serem analisados, demonstraram os limites das políticas públicas de geração de trabalho e renda que têm como público alvo a superpopulação consolidada. Os resultados indicam que, nos termos em que está sendo posto pelas políticas públicas, essa população demanda a permanência do assistencialismo, e por consequência, dos desdobramentos dessa necessária relação, corroborando o argumento central do texto.https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/1578Distribuição de rendaDesenvolvimento socialProcesso de pauperizaçãoAutogestão. |
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