O que é uma filosofia-cinema?
Em uma nota originalmente publicada em 1974 somente em italiano, Gilles Deleuze cunhou a expressão filosofia-cinema, aparentemente significando um novo estilo de fazer filosofia, a ser desenvolvido sob a luz das novidades do cinema. A fim de melhor entender o que uma “filosofia-cinema” poderia ser,...
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Editora Universitária Champagnat - PUCPRESS
2013-05-01
|
Series: | Revista de Filosofia |
Online Access: | https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/757 |
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description | Em uma nota originalmente publicada em 1974 somente em italiano, Gilles Deleuze cunhou a expressão filosofia-cinema, aparentemente significando um novo estilo de fazer filosofia, a ser desenvolvido sob a luz das novidades do cinema. A fim de melhor entender o que uma “filosofia-cinema” poderia ser, antes de tudo devemos imaginar o que seria uma “filosofia antiquada”. Proponho caracterizá-la como uma “filosofia-pintura” baseada na noção de “representação”. Por sua vez, essa noção sugere uma concepção peculiar de visão baseada no modelo ótico de “janela”, introduzido na pintura por Leon Battista Alberti e usado também na filosofia moderna. Esse modelo ainda funciona em nossa época? Apesar de numerosas referências recentes ao modelo janela, em minha opinião o modelo na ativa atualmente é aquele da “tela”. É claro que nossas relações diante das telas das mídias eletrônicas de hoje são diferentes daquele relacionamento que mantemos com a tela cinematográfica. Todavia, acho que esta última é a predecessora mais próxima dos modelos anteriores. De modo a entender os componentes da continuidade e da descontinuidade entre esses dois tipos de relacionamento, engajei-me numa investigação dos dois caminhos respectivos para mostrar o sonho de viver em uma tela. De fato, acho que esta investigação pode nos fornecer elementos importantes que permitam o desenvolvimento de uma “cinema-filosofia” na escala de hoje. |
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