CRIPTOCOCOSE: ASPECTOS CLÍNICOS E CARACTERIZAÇÃO DOS ISOLADOS FÚNGICOS DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL REFERÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ

Introdução/Objetivo: Criptococose é a infecção causada a partir da inalação de leveduras do gênero Cryptococcus e tem distribuição mundial. A maior ocorrência se dá em pessoas imunossuprimidas, manifestando-se geralmente como meningoencefalite ou de forma disseminada. A mortalidade é elevada, mesmo...

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Bibliographic Details
Main Authors: Antônio Mauro Barros Almeida Júnior, Marcos de Abreu Almeida, Vanessa Brito de Souza Rabello, Rodrigo Almeida Paes, Rosely Maria Zancope Oliveira, Johnny do Nascimento Brito, Liana Ferreira Magalhães, Letícia Sampaio Maciel, Lucas de Oliveira Pontes, Vitor Cavalcante Guedes, Maria Tereza Pontes Machado, Lisandra Serra Damasceno
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Subjects:
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867023005391
Description
Summary:Introdução/Objetivo: Criptococose é a infecção causada a partir da inalação de leveduras do gênero Cryptococcus e tem distribuição mundial. A maior ocorrência se dá em pessoas imunossuprimidas, manifestando-se geralmente como meningoencefalite ou de forma disseminada. A mortalidade é elevada, mesmo utilizando-se tratamento adequado. O objetivo deste estudo foi identificar os aspectos clínicos de pacientes acompanhados em um serviço de referência, e caracterizar molecularmente os isolados fúngicos. Métodos: Estudo de coorte prospectivo de pacientes com diagnóstico de criptococose, internados no Hospital São José (HSJ), em Fortaleza/Ceará, no período de outubro de 2020 a junho de 2023. Resultados: No período do estudo foram incluídos 48 pacientes; 81,2% (39/48) eram pacientes do sexo masculino. A maioria (93,7%) apresentava quadro de meningoencefalite criptocóccica e três pacientes apresentavam criptococose disseminada, sem acometimento neurológico. Cerca de 91,6% (44/48) apresentavam diagnóstico de infecção pelo HIV e a mediana de contagem de linfócitos T CD4+ foi de 34 células/mm3. Dois pacientes apresentavam outros fatores de imunossupressão como uso crônico de corticoide e diabetes mellitus. Em dois pacientes não foram identificadas causas de imunossupressão. Óbito foi o desfecho de 11 (23%) pacientes. Dois pacientes que foram a óbito apresentavam outras infecções oportunistas como histoplasmose disseminada e meningite tuberculosa. Em 15 pacientes foi realizada a titulação do Antígeno Criptocócico (CrAg) no líquor. Os títulos variaram entre 1:80 a 1:163840. Onze pacientes obtiveram títulos de CrAg ≥1:1280. A identificação de 38 isolados fúngicos foi realizada pela técnica de MALDI-TOF, onde 92,1% (35/38) eram C. neoformans e 7,9% (3/38) eram C. gattii. Quanto à tipagem molecular, observou-se que 97,1% (34/35) das leveduras de C. neoformans eram da linhagem VNI; os isolados de C. gattii foram identificados como VGII. Conclusão: Nesta casuística evidenciou-se que a criptococose acomete gravemente pessoas com imunossupressão avançada. Altos títulos de antígeno criptocócico podem ter influenciado nos óbitos. Observa-se ainda o isolamento de C. gattii VGII altamente virulento. Ratifica-se a importância de políticas de saúde específicas para estes grupos, visando diagnóstico precoce e diminuição dos óbitos e sequelas.
ISSN:1413-8670