Do horror artístico: conto de uma festa de Ano Novo
Tendo como objeto de análise a irrupção da violência em uma festa narrada no conto Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, exploro algumas possibilidades analíticas da antropologia, enfocando-o como um gênero privilegiado de condensação simbólica e um tipo de conhecimento que desvenda significados não ime...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo (USP)
2013-06-01
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Series: | Revista de Antropologia |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/64504 |
Summary: | Tendo como objeto de análise a irrupção da violência em uma festa narrada no conto Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, exploro algumas
possibilidades analíticas da antropologia, enfocando-o como um gênero privilegiado de condensação simbólica e um tipo de conhecimento que desvenda significados não imediatamente perceptíveis. Isto permite pensar esse conto como um gênero de horror artístico, considerando os elementos envolvidos no enredo: a invasão dos protagonistas a uma casa durante a festa de comemoração de Ano Novo, que provocou um encontro violento, assustador e “absurdo”. O horror é suscitado não só pelas sobreposições de desigualdades sociais e simbólicas entre os grupos em confronto, mas também porque une dessemelhantes pelo excesso vivido na festa, formando uma unidade tensa ao expor o valor da vida, ainda que precário, naquela excepcionalidade. Ao atingir indiferentemente os grupos em colisão, esse “Feliz Ano Novo” revelou-se como um momento aterrador da apreensão da angústia diante do “insacrificável” valor da vida. |
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ISSN: | 0034-7701 1678-9857 |