Gustavo Alberto: “invenção” e circulação da primeira carteira escolar patenteada no Brasil (1881-1884)
Resumo Um dos elementos materiais de maior centralidade na escola do final do Oitocentos foi, sem dúvida, o móvel destinado aos estudantes: a carteira escolar. Emergindo como alternativa aos antigos bancos e mesas coletivas, difundida nas Exposições Universais, debatida nos Congressos Pedagógicos e...
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Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação
2022-03-01
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description | Resumo Um dos elementos materiais de maior centralidade na escola do final do Oitocentos foi, sem dúvida, o móvel destinado aos estudantes: a carteira escolar. Emergindo como alternativa aos antigos bancos e mesas coletivas, difundida nas Exposições Universais, debatida nos Congressos Pedagógicos e de Higiene, a criação e a produção dos chamados bancos-carteiras ajudaram a configurar uma nascente indústria escolar. No Brasil Império, a década de 1880 foi o momento em que essa questão passou a ser debatida com vigor. Salvo exceções, a investigação dos primórdios dessa produção de carteiras escolares no país ainda é tema a reclamar tratamento historiográfico. Nesse contexto, o artigo tem por objetivo investigar o processo de “invenção” e circulação da primeira carteira escolar patenteada no Brasil, por iniciativa de seu inventor, o professor Gustavo José Alberto, entre 1881 e 1884. Para tanto, ancora-se nos recursos metodológicos da micro-história e toma como fontes privilegiadas jornais do período, publicados na Corte Imperial, bem como relatórios oficiais. Os resultados apontam que o interesse do professor em produzir um protótipo de banco escolar parece ter nascido de sua experiência docente e de seu contato com debates pedagógicos então em andamento e dos quais tomou parte ativa. Ao mesmo tempo, ao criar um modelo de carteira a ser utilizado em sua escola, decidiu patenteá-lo junto ao Ministério da Agricultura para, posteriormente, oferecê-lo ao governo, que, naquela época, vinha realizando compras significativas desse material, tanto via importações quanto via fabricação local. |
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publisher | Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação |
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spelling | doaj.art-1efacd7d0571425fab98e078467963bc2023-09-02T19:12:05ZengUniversidade de São Paulo, Faculdade de EducaçãoEducação e Pesquisa1678-46342022-03-014810.1590/s1678-4634202248241234Gustavo Alberto: “invenção” e circulação da primeira carteira escolar patenteada no Brasil (1881-1884)Juarez José Tuchinski dos Anjoshttps://orcid.org/0000-0003-4677-5816Resumo Um dos elementos materiais de maior centralidade na escola do final do Oitocentos foi, sem dúvida, o móvel destinado aos estudantes: a carteira escolar. Emergindo como alternativa aos antigos bancos e mesas coletivas, difundida nas Exposições Universais, debatida nos Congressos Pedagógicos e de Higiene, a criação e a produção dos chamados bancos-carteiras ajudaram a configurar uma nascente indústria escolar. No Brasil Império, a década de 1880 foi o momento em que essa questão passou a ser debatida com vigor. Salvo exceções, a investigação dos primórdios dessa produção de carteiras escolares no país ainda é tema a reclamar tratamento historiográfico. Nesse contexto, o artigo tem por objetivo investigar o processo de “invenção” e circulação da primeira carteira escolar patenteada no Brasil, por iniciativa de seu inventor, o professor Gustavo José Alberto, entre 1881 e 1884. Para tanto, ancora-se nos recursos metodológicos da micro-história e toma como fontes privilegiadas jornais do período, publicados na Corte Imperial, bem como relatórios oficiais. Os resultados apontam que o interesse do professor em produzir um protótipo de banco escolar parece ter nascido de sua experiência docente e de seu contato com debates pedagógicos então em andamento e dos quais tomou parte ativa. Ao mesmo tempo, ao criar um modelo de carteira a ser utilizado em sua escola, decidiu patenteá-lo junto ao Ministério da Agricultura para, posteriormente, oferecê-lo ao governo, que, naquela época, vinha realizando compras significativas desse material, tanto via importações quanto via fabricação local.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022022000100718&lng=pt&tlng=ptCarteira escolarCultura material escolarBrasil ImpérioSéculo XIX |
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