Summary: | A crescente utilização de psicotrópicos na atualidade
pode ser caracterizada pela medicalização da sociedade,
aliada às pressões mercadológicas da indústria
farmacêutica e ao envelhecimento da população,
porém os medicamentos desta classe provocam
tolerância, dependência e reações adversas quando
utilizados inadequadamente. Sendo assim, o presente
trabalho avaliou a utilização de benzodiazepínicos e
antidepressivos em pacientes atendidos pelas farmácias
do sistema único de saúde (SUS) de Ribeirão PretoSP.
O estudo pode ser classificado como descritivo,
retrospectivo e observacional, realizado no Distrito
de Saúde Oeste de Ribeirão Preto-SP, com população
estimada de 140.000 habitantes. Foram incluídos
5.946 usuários que receberam benzodiazepínicos e/
ou antidepressivos, pelo menos em uma oportunidade,
junto às farmácias do sistema público de saúde durante
o período de 01/05/2006 a 30/11/2006. A coleta dos
dados referentes ao tratamento farmacológico, à
freqüência de retirada dos medicamentos, além das
variáveis sociodemográficas e do acesso aos serviços
de saúde foi realizada junto ao sistema informatizado
da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de
Ribeirão Preto-SP, denominado Hygia. A prevalência
de utilização de psicotrópicos, nessa população, foi
de 5,7%, com predominância do gênero feminino.
A aderência dos usuários ao tratamento, avaliada
segundo a freqüência de retirada destes medicamentos
junto às farmácias, foi reduzida. As doses prescritas dos
antidepressivos e benzodiazepínicos foram semelhantes
para adultos e idosos. Diante dos resultados, fica
evidente a necessidade de intervenção para racionalizar
a utilização dos psicotrópicos junto ao serviço público
de saúde brasileiro.
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