Benefícios da inteligência emocional e suas implicações para a intervenção em saúde: empatia e traços de personalidade dos enfermeiros

Assistimos a vários debates sobre competências humanitárias em enfermagem, tais como: o cuidar, a compaixão e a empatia. Mantém-se em aberto a reflexão sobre se estas competências integram os traços da personalidade ou se podem ser ensinadas e treinadas. Há também o interesse por parte dos profissio...

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Main Authors: Ana Galvão, Maria José Gomes, Fernando Pereira
Format: Article
Language:English
Published: Asociación Nacional de Psicología Evolutiva y Educativa de la Infancia Adolescencia Mayores y Discapacidad 2020-12-01
Series:INFAD
Subjects:
Online Access:https://revista.infad.eu/index.php/IJODAEP/article/view/1947
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spelling doaj.art-1fa7d50f39a647d5868a1d3381332a442023-01-02T16:08:46ZengAsociación Nacional de Psicología Evolutiva y Educativa de la Infancia Adolescencia Mayores y DiscapacidadINFAD0214-98772603-59872020-12-011210.17060/ijodaep.2020.n2.v1.19471834Benefícios da inteligência emocional e suas implicações para a intervenção em saúde: empatia e traços de personalidade dos enfermeirosAna Galvão0Maria José Gomes1Fernando Pereira2Instituto Politécnico de Bragança; IUCISA: E Bragança, PortugalInstituto Politécnico de Bragança; IUCISA: E Bragança, PortugalInstituto Politécnico de Bragança; CIIE Bragança, PortugalAssistimos a vários debates sobre competências humanitárias em enfermagem, tais como: o cuidar, a compaixão e a empatia. Mantém-se em aberto a reflexão sobre se estas competências integram os traços da personalidade ou se podem ser ensinadas e treinadas. Há também o interesse por parte dos profissionais do ensino da enfermagem sobrecomo desenvolver estas competências nos estudantes. Assim, torna-seindispensável identificar qual o estado da expressão destas competências em profissionais de saúde. Realizamos um estudo exploratório, transversal, descritivo, correlacional e inferencial, com o objetivo de identificar os níveis de empatia e dos traços de personalidade dos enfermeiros; e, relações entre as variáveis socioprofissionais e as dimensões sob estudo, numa amostra de 232 enfermeiros: 186 (80.2%) do género feminino; 149 (64.5%) com mais de cinco anos de tempo de serviço. Utilizou-se um questionário online, constituído por questões socioprofissionais; pela Jefferson Scale of Physician Empathy; e o Big-Five Inventory (BFI-44). Constatamos que os enfermeiros apresentam níveis altos nas três dimensões da empatia: compaixão, perspetiva do doente e colocar-se no lugar do doente. Nos traços de personalidade as pontuações são acima da média para a extroversão, amabilidade, conscienciosidade e abertura; com exceção da dimensão neuroticismo onde a pontuação média é relativamente baixa. Encontraram-se correlações positivas, moderadas e estatisticamente significativas, entre as dimensões: tomada de perspetiva do doente; extroversão; amabilidade; conscienciosidade; e abertura. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas nas dimensões extroversão e compaixão, para a variável socioprofissional Género, obtendo-se pontuações mais elevadas nos homens, na extroversão e nas mulheres, na compaixão. Conclui-se  que os enfermeiros demonstram níveis altos nas dimensões da empatia. A empatia enquanto competência multidimensional, permite ao enfermeiro compreender sentimentos, necessidades e perspetivas dos doentes. No campo da saúde, é essencial para a prática profissional. Propomos a inclusão de um programa específico para a capacitação dos estudantes, pois irá ter impacto na satisfação e na qualidade dos cuidados prestados.https://revista.infad.eu/index.php/IJODAEP/article/view/1947empatiapersonalidadeenfermeiros
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