A invenção capuchinha do selvagem na época moderna

Da experiência colonial francesa no Maranhão do início do século XVII, a França Equinocial, resultou a publicação de duas importantes narrativas pelos missionários capuchinhos Claude d’Abbeville e Yves d’Évreux. Esse corpus de obras francesas é marcado por transcrições em língua tupi, em particular...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Andrea Daher
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2018-03-01
Series:Revista de História
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/127576
Description
Summary:Da experiência colonial francesa no Maranhão do início do século XVII, a França Equinocial, resultou a publicação de duas importantes narrativas pelos missionários capuchinhos Claude d’Abbeville e Yves d’Évreux. Esse corpus de obras francesas é marcado por transcrições em língua tupi, em particular de arengas de chefes indígenas. O índio tupinambá que surge dotado de fala nessas narrativas missionárias é também fruto de uma “herança” do relato do calvinista Jean de Léry, ao qual se atribui, legitimamente, a “invenção do selvagem”. Por sua vez, muito longe do pessimismo dogmático do huguenote sobre as possibilidades de conversão dos índios, marcado de primitivismo, a escrita missionária dos capuchinhos também contribuiu, utopicamente, para a “invenção do selvagem” na França, no interior da experiência mística que suas descrições encenam.
ISSN:0034-8309
2316-9141