A violência estrutural de gênero nas obras Mrs. Dalloway e As Horas

Neste artigo, discutimos a violência sofrida pelas personagens femininas em Mrs. Dalloway (Woolf, 1925) e sua adaptação The Hours (Daldry, 2002). As expectativas socioculturais recaem sobre elas, que têm suas vidas invadidas por sugestões externas, ditadas por figuras masculinas de poder, que visam...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Taís DE OLIVEIRA, Gizelia MENDES SALIBY
Format: Article
Language:English
Published: University of Limoges 2021-07-01
Series:Actes Sémiotiques
Subjects:
Online Access:https://www.unilim.fr/as/7291
Description
Summary:Neste artigo, discutimos a violência sofrida pelas personagens femininas em Mrs. Dalloway (Woolf, 1925) e sua adaptação The Hours (Daldry, 2002). As expectativas socioculturais recaem sobre elas, que têm suas vidas invadidas por sugestões externas, ditadas por figuras masculinas de poder, que visam impor a forma como as mulheres devem imprimir as suas formas de estar no mundo. As expectativas da sociedade e de seus maridos – para além das prescrições médicas – tentam limitar as mulheres a apenas um papel temático (Greimas; Courtés, 2008), em torno do qual as suas singularidades se perdem. A repressão da sexualidade em The Hours passa pelo silenciamento dos impulsos sexuais de Virginia e de Laura, configurando uma forma de violência estabelecida em favor da manutenção do status quo social. Em Mrs. Dalloway, Clarissa e Sally têm a sua proximidade interrompida em favor das expectativas sociais. Os sujeitos que não se submetem à modalização pretendida de ter de fazer ou ter de ser, não suportam o modo de vida sugerido, procurando soluções como o suicídio ou a fuga.
ISSN:2270-4957