Planejamento familiar: perfil das usuárias de uma unidade de saúde de Curitiba

Este estudo almejou levantar o perfil reprodutivo e de planejamento familiar e as ferramentas utilizadas para concepção e contracepção, em mulheres em idade reprodutiva, evidenciando a importância das ações educativas relacionadas ao assunto. A coleta de dados sobre o padrão sexual e reprodutivo foi...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Marciele Guimarães Fagundes, Tânia Maria Santos Pires
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade 2011-11-01
Series:Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
Subjects:
Online Access:https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/240
Description
Summary:Este estudo almejou levantar o perfil reprodutivo e de planejamento familiar e as ferramentas utilizadas para concepção e contracepção, em mulheres em idade reprodutiva, evidenciando a importância das ações educativas relacionadas ao assunto. A coleta de dados sobre o padrão sexual e reprodutivo foi realizada por meio de um questionário desenvolvido com 14 perguntas fechadas, e aplicado no período de outubro a dezembro de 2007 a 355 mulheres de 15 a 49 anos da área de abrangência de uma unidade de saúde do município de Curitiba. Observou-se, dentre as mulheres sexualmente ativas, que: 33,8% usavam pílula (dois terços menores de 30 anos), 25,1% foram submetidas à laqueadura (quase 90% com pelo menos 30 anos de idade), 9,5% usavam injetáveis, 10,5% utilizavam unicamente o preservativo e as demais tinham companheiros submetidos à vasectomia, usavam dispositivo intrauterino ou seguiam a ‘tabelinha’. 9,8% afirmavam não usar nenhum método e 79,8% não usavam preservativo. 40,5% das adolescentes sexualmente ativas utilizam preservativo. A maior fonte de aprendizado sobre anticoncepcionais são médicos ou enfermeiros (38,3%), enquanto sobre planejamento familiar são familiares (20,8%), embora 29% responderam que ninguém as teria ensinado a respeito. Aproximadamente três quartos das entrevistadas desejavam até dois filhos e 48,7% teriam dois filhos. Do somatório provável das gestações, 31,7% foram declaradas planejadas, aquém do esperado. A primeira gestação foi a com maior porcentagem de planejamento, 36,7%, das quais 71% ocorreram na idade adulta, seguida da segunda, com 32,5%. Mais de um terço não planejou gestação alguma. Um total de 37,5% de mulheres teve número de gestações que não extrapolam o desejado. A média estimada da menarca foi de 12,9 anos e 17% afirmaram sexarca até os 14 anos. Das não-nuligestas e com história de uso de anticoncepcionais, mais de um quarto começaram contracepção somente após a primeira gestação. Houve proporcionalmente mais gestações relatadas do que o número desejado de filhos, quanto menor o grau de instrução. Pode-se notar que o conhecimento do planejamento familiar ainda não está bem difundido e o percentual de gestações consideradas planejadas é baixo e menor que o esperado. A proposta é investir em orientações e atividades em saúde, desde os dez anos, em ações de planejamento familiar que garantam o aprendizado dos indivíduos e a escolha informada do casal em prol de sua própria família.
ISSN:1809-5909
2179-7994