Summary: | A proposta deste artigo é fazer uma releitura da Câmara clara(1980), de Roland Barthes, tendo em vista a teia de relações que essa obra cria ligando a fotografia, a escrita e o luto. Para tanto, na esteira de numerosos críticos, defendo sua compreensão não como um texto teórico, mas literário, em que o escritor expõe o caminho reflexivo que percorre para tentar reencontrar sua mãe, morta. O diferencial deste texto com relação à fortuna crítica sobre esse, que foi o último livro que Barthes publicou em vida, reside em evidenciar como da contemplação da fotografia o escritor passa à escrita da mesma, que é a escrita do « nada a dizer ». Nesse processo, o tempo, enquanto elemento da narrativa, tem papel fundamental, como minhas análises do texto barthesiano demonstrarão.
|