Evidências, experiências e endemias

Neste artigo, vendo nosso universo como um espaço político atravessado por diversas verdades morais e científicas, nos guiamos pela pergunta: como se determina a evidência científica que define a versão última da política de combate à hanseníase no Brasil e no mundo? Inspirados pelos estudos de ci...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Claudia Fonseca
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2020-08-01
Series:Anuário Antropológico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/33791
Description
Summary:Neste artigo, vendo nosso universo como um espaço político atravessado por diversas verdades morais e científicas, nos guiamos pela pergunta: como se determina a evidência científica que define a versão última da política de combate à hanseníase no Brasil e no mundo? Inspirados pelos estudos de ciência e tecnologia, assim como pela antropologia de políticas sociais, nossos interesses convergem numa antropologia de infraestrutura. Examinamos os efeitos provocados pelos diversos atores humanos e não humanos, focando primeiro na “doença em andamento” (envolvendo corpos, bacilos e nomenclaturas médicas), passando às estatísticas e metas das campanhas internacionais para “eliminar” a hanseníase (incluindo protocolos, medicamentos e estatísticas da saúde global), para desembocar na contenda cercando uma proposta de mudança no regime de tratamento (disputada por experts locais, nacionais e internacionais). Na disputa atual, vemos como, através de alianças políticas que se estendem de um lado a outro do globo, a ecologia de saberes especializados se mexe, provocando uma redefinição inesperada na hierarquia de evidências autorizadas.
ISSN:0102-4302
2357-738X