BACTEREMIA POR AGENTES MULTIDROGA RESISTENTES EM PACIENTES COM LEUCEMIA AGUDA: IMPACTO DE MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Introdução: A neutropenia febril é a principal complicação infecciosa no paciente com câncer, atingindo 80% dos pacientes hematológicos em quimioterapia. As bactérias gram negativas que colonizam trato gastro-intestinal, como E. coli e K. pneumonie, são as mais encontradas e emergem com resistência...

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Bibliographic Details
Main Authors: Marcello Lodi, Edson Abdala, Maria Emília Batista Souza, Karim Yaqub Ibrahim, Juliana Pereira, Vanderson Geraldo Rocha, Eduardo Magalhães Rego, Patricia Rodrigues Bonazzi
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2022-09-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867022001222
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author Marcello Lodi
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description Introdução: A neutropenia febril é a principal complicação infecciosa no paciente com câncer, atingindo 80% dos pacientes hematológicos em quimioterapia. As bactérias gram negativas que colonizam trato gastro-intestinal, como E. coli e K. pneumonie, são as mais encontradas e emergem com resistência a vários antimicrobianos, sendo associadas a alta mortalidade. Alguns estudos avaliam o impacto de medidas de controle de infecção, na redução de colonização e infecção associada à assistência à saúde, por bactérias multidroga resistentes (MDR). Objetivo: Primário: Avaliar o impacto de um pacote de medidas de controle de infecção na redução de bacteremias por MDR em pacientes com leucemia aguda. Secundário: avaliar a os agentes isolados em hemocultura e a mortalidade por MDR. Método: Estudo retrospectivo e unicêntrico do tipo antes e depois, desenvolvido no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Incluídos pacientes com diagnóstico de leucemia aguda, maiores de 18 anos, admitidos entre setembro de 2018 a setembro de 2020. O estudo foi dividido em 2 períodos: pré e pós-intervenção. As medidas de intervenção foram: instituição de apenas um paciente por quarto, coorte de pacientes e funcionários colonizados ou infectados por bactérias MDR, adequação dos protocolos de limpeza, redimensionamento da equipe médica e de enfermagem, treinamento das equipes de saúde e controle do uso de antimicrobianos. A análise descritiva da amostra foi realizada através de medidas de frequência e tendência central. A diferença nas taxas de incidência nos dois períodos foi comparada pelo teste de chi². Resultados: Foram internados 64 pacientes no primeiro período e 62 no segundo. Não houve diferença estatística na taxa de bacteremia por internação (37% vrs 36%, p 0,88). Entretanto, houve redução nas taxas de bacteremia por MDR no segundo período (25,2% vrs 14,2%, p 0,14). Não houve diferença na taxa de mortalidade por bacteremia (10% vrs 11%, p 0,99), com leve redução de óbitos por bacteremia por MDR no segundo período (9% vrs 5%, p 0,6). Quanto aos agentes, houve uma redução na frequência de E. coli MDR e K. pneumonie MDR (principais agentes isolados) e um aumento das cepas sensíveis. Conclusão: A intervenção com medidas para controle de infecção em pacientes com leucemia demonstrou impacto na redução da incidência de bacteremias por MDR, e na mortalidade associada a infecção por estes microrganismos. Entretanto, não houve significância estatística, provavelmente pelo baixo número de casos incluídos.
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