Summary: | As mudanças ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas têm reforçado a necessidade de formação de um novo tipo de trabalhador. A educação, nesse contexto, é colocada como uma área de grande valor estratégico e é apontada tanto como a causa como a solução para os problemas inerentes ao sistema capitalista. Os reformadores empresariais, na ambição de ‘consertar’ a educação, veiculam um discurso que desqualifica as práticas docentes – consideradas ineficientes, e, ao mesmo tempo, formulam propostas de reformas que visam a alteração do próprio trabalho dos professores e professoras; fatores que abalam a identidade desses profissionais. Por meio de um diálogo com importantes autores da área de trabalho e educação o presente estudo aborda a relação entre o trabalho e a constituição das identidades nas atividades laborais em geral e na docência em particular, além de indicar aspectos de como as transformações no mundo do trabalho e as reformas educacionais das últimas décadas têm induzido alterações nas identidades dos professores e professoras; além disso, demonstra como as reformas vão ao encontro dos interesses dos grupos hegemônicos da sociedade capitalista contemporânea e contra os interesses daqueles que se pautam pela construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva.
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